
As pressões para que o PT permaneça com o governador Renato Casagrande foram levadas à direção nacional do partido, dentro daquilo que ficou conversado quando esteve no Estado o presidente nacional, Rui Falcão. Levando daqui a posição em favor da neutralidade do governador nas eleições à Presidência da República, o que asseguraria um bom resultado para o PT nas eleições proporcionais. O mesmo não ofereceria à presidente Dilma, a não ser a garantia de que o governador não faria campanha para o candidato do seu partido, Eduardo Campos. Empenhado na eleição da Dilma, o ex-presidente Lula não engoliu a história. Com o espaço que desfruta na condução da candidatura de sua sucessora, produziu uma fórmula alternativa para o Espírito Santo: o palanque dela com o ex-governador Paulo Hartung (PMDB) e com chance também de eleger senador o ex-prefeito de Vitória João Coser.
Pragmático
Para Lula, a importância está em ganhar com Dilma, ainda mais diante da possibilidade de eleger um senador no Estado. Não coincidindo em nada com as pretensões eleitorais do PT capixaba, que é eleger, com o apoio de Casagrande, seus deputados federais e estaduais.
Dependência
Os petistas jogaram o tempo todo no time de Casagrande, ocupando espaços chaves no governo. Exemplo: Casagrande, tirando as mãos do ombro do seu vice, Givaldo Vieira, ele não se elege deputado federal. E o secretário de Turismo, Alexandre Passos, só conquista uma cadeira na Assembleia Legislativa debaixo da asa do governador.
Dependência II
Uma mudança de rumo os pega numa hora em que deixam o governo (não é o caso do Givaldo, que é vice), buscando fazer seus sucessores em suas secretarias e subsecretarias e demais cargos que ocupam na gestão atual.
Dependência III
Ainda por cima, sem tempo hábil para mudar de lado. O ex-governador não tem estrutura e muito menos necessidade em garanti-los. É o tipo da adesão gratuita. Em suma: sem Casagrande, eles viram comida de onça.
Compensação
Mas o PT pode ganhar na majoritária, elegendo o ex-prefeito de Vitória João Coser para o Senado. Ainda mais sendo ele um grande parceiro e de longa data de Hartung.
Ganha
A fórmula PH-Coser e o ex-prefeito Sérgio Vidigal como vice, criando novos circunstâncias fora do campo delimitado, levanta o PSDB. Candidato ao Senado, Coser não deixará de ter como adversário o ex-prefeito de Vitória Luiz Paulo Vellozo Lucas. Registro: antigo e leal aliado do ex-governador.
Prevenidos
Os tucanos se preparam tanto para a candidatura de Coser, como também para PH candidato ao Senado. Com PH, o adversário seria o coronel Luiz Sérgio Aurich. Sendo Coser, é Luiz Paulo. Não deixa de ser um bom clássico para as eleições.
Novos ventos
Acontecendo realmente uma eleição entre PH e Casagrande para o governo, mais a do Senado com Coser e Luiz Paulo, além do delegado Fabiano Contarato (PR) na cola dos dois, não deixa de ser a volta das eleições democráticas no Espírito Santo. Salve, salve!
PENSAMENTO:
“Se a Justiça se extravia, o povo ficar impotente”. Karl Kraus