Aqui na Redação de Século Diário, onde os assuntos são discutidos por todos, quem melhor definiu essa possibilidade do deputado Max Filho envolver-se politicamente com o governador Paulo Hartung foi o repórter Nerter Samora. Ele afirmou que essa aliança pode decretar o fim do último reduto de coerência no atual momento política do Espírito Santo.
Acho corretíssima a afirmação. Mas a tese do Nerter, certamente, não se refere tão somente ao Max Filho, encontra-se também nela o pai dele,o ex-governador Max Mauro, com a sua velha disposição de topar o governador Paulo Hartung pela frente.
E sem qualquer resquício de temor, como habitualmente provoca na maioria dos integrantes da classe política capixaba, amedrontada pelo excesso de poderes que reúne o governador Paulo Hartung para as suas tramas, sobretudo as fornecidas pelo Poder Judiciário e Ministério Público.
Revisitando os momentos em que PH investiu sobre o ex-governador Max Mauro, vamos encontrá-lo usando todo esse instrumental para derrotá-lo numa disputa ao Senado ( quando utilizou-se do ex-governador Renato Casagrande para tal façanha).
Não satisfeito com esse inesperado resultado, repetiu o propósito quando Max Mauro disputou à Assembleia Legislativa em 2010. Hartung não deixou que Max Mauro, na condição de primeiro suplente, entrasse no lugar de um deputado da sua coligação cassado pela Justiça.
Não deixa de ser um recorte e tanto de um tempo em que o pai de Max Filho era o grande obstáculo da política no Estado para a tomada de poder de PH. Razões de sobra para recolocá-lo agora nesse momento em que o atual governador que tirar do seu caminho o filho dele, com essa proposta de aliança política.
Especialmente depois que Max Filho conseguiu entrar num partido (PSDB), pulando a cerca armada pelo próprio PH junto às demais legendas. Até com certa razão, pois no PSDB ele vem criando as condições para ser alternativa ao ex-governador Renato Casagrande na disputa para o governo, em 2018.
Mormente agora em que o governador Paulo Hartung anda em queda de popularidade com a sua má relação com o funcionalismo público, iluminando a nódoa dele que vem do último processos eleitoral – as inúmeras viagens de sua mulher, a São Paulo e Rio de Janeiro pagas pelos cofres do Estado; a mansão secreta em Pedra Azul não declarada à Justiça Eleitoral; as atividade suspeitas da empresa de consultoria Éconos, em sociedade com o seu ex-secretário da Fazenda (José Teófilo), em que arrecadaram uma boa grana de empresas que mantinham relação com o governo.
Essas denúncias desveladas na campanha de 2014, fragilizam o governador para enfrentar, eventualmente, uma parada com os Mauro. Querer, como andam fazendo, tirar o Max pai desse jogo, com leituras apressadas e equivocadas, não condiz com uma indissolúvel dupla formada por Max Filho e Max pai. .
Mas é inegável que esse encontro entre Max Filho e Paulo Hartung continuará rendendo muito. Está nele o futuro de PH, que precisa de Max Filho do seu lado para poder dar conta, com certa segurança, do ex-governador Renato Casagrande na próxima eleição para o governo do Estado.
Ao meu ver, esse encontro entre os dois correu mais para prestigiar o vice-governador César Colnago (PSDB) que socorreu Max Filho quando ele estava sem rumo à procura de um partido.
Daí não acreditar na falta de senso político do deputado federal Max Filho. Logo ele, que na prefeitura de Vila Velha levou inúmeras surras de PH com o fito de eliminá-lo da cena política do Estado. Como dito há pouco, o momento de PH não é dos melhores. Além do mais, um Mauro com um modesto estilingue em seu poder é uma ameaça e tanto a qualquer um, principalmente quando o alvo é um governador em franca queda de popularidade. Esse é um ajuste de contas há muito pretendido pela dupla.