A trajetória política dos Mauros nunca dependeu de suportes extra-campo. Assim foi com o Max-pai – que saiu de prefeito de Vila Velha a governador do Estado – e tem sido com o Max-filho, que vem repetindo o pai, passando pelo comando do município canela-verde, Assembleia, e agora, Câmara dos Deputados, por onde o pai também andou.
Assim como o pai, em seu tempo, o filho também vem assustando os poderosos da vez. Não se pode deixar de registrar o encontro, dias atrás, em que o governador Paulo Hartung (PMDB) se reuniu com ele e com o também tucano, o vice-governador César Colnago, para demovê-lo da ideia de disputar o governo do Estado em 18.
Naquele encontro, Hartung queria deixar claro a Max que o partido ao qual ele se filiou, o PSDB, faria o próximo governador na pessoa do seu vice-governador, e fim de papo. Como que quisesse prevenir Max Filho que seu esforço de percorrer o Estado formando diretórios para o partido era em vão.
O recado era para conter, de saída, os propósitos do tucano em sucedê-lo no governo, muito embora em nenhuma ocasião o próprio Max Filho sinalizasse que estivesse fazendo crescer o seu novo partido para ganhar musculatura de olho no governo do Estado em 2018.
PH, nunca bateu prego sem estopa, sabe que a história dos Mauro é de quem não teme quem vem do outro lado. Sempre tiveram energia suficiente para topar paradas por mais indigestas que fossem. No caso do Max Filho, especificamente, que honra o histórico do pai no Estado para abrir caminho, principalmente, no que tange ao padrão de dignidade familiar.
Vale muito , além de ser oportuno, até demais, para os tempos atuais do Espírito Santo e do Brasil.
Mas Max Filho vai ter que ter capacidade de tornar-se uma figura pública capaz de alçar-se à condição de um candidato real ao governo do Estado, diante do governador Paulo Hartung, reposicionado para ter como adversário unicamente o ex-governador Renato Casagrande.
Tendo ainda que lidar com uma tremenda armação de poder principalmente por parte de PH, que fará tudo para fixá-lo como candidato à prefeitura de Vila Velha, onde andou querendo engoli-lo quando ele esteve à frente dela num passado remoto.
Nisso aí tem também o projeto do senador e virtual presidenciável Aécio Neves, que trabalha para o PSDB ter bons nomes para concorrer às prefeituras das cidades com mais de 100 mil eleitores, que é o caso de Vila Velha.
É claro o desejo de PH em se preocupar unicamente com a candidatura de Renato Casagrande (PSB) que, de certa forma, já e uma parada dura, eliminando assim uma segunda hipótese de candidatura num partido (PSDB) que, com certeza, estará sob seu domínio.
É hora, ao meu ver, do próprio Casagrande sentar-se com Max Filho para traçar estratégia comum com o fito de dar um fim ao reinado de PH no Espírito Santo.
Sem que haja afobação, mas haja, sobretudo, objetivos claros de apear realmente PH do poder. Passando, naturalmente, pelas eleições municipais de 2016. Um Casagrande prefeito de Vitória, com Max Filho posicionado para 2018, pode ser uma dessas fórmulas.