A estratégia de campanha de alguns palanques em Vitória parece ser o de tentar desconstruir a imagem do deputado estadual Amaro Neto (SD). Mas o alerta dos meios políticos é que quem entrar pelo viés simplesmente da desconstrução da imagem do Amaro apresentador do Balanço Geral pode estar cometendo um erro grave.
A ideia é de usar o perfil descontraído do candidato, sobretudo quando está em frente no programa popularesco de TV (que agora Amaro não está apresentado por causa da legislação eleitoral), para tentar convencer o eleitor de que o candidato de SD não tem estofo para ser prefeito de uma cidade como Vitória.
Se ele tem, só o tempo dirá, caso vença a eleição. Mas, preparado para rebater essas estratégias, isso ele está. O candidato tem estudado a cidade, tem se cercado de informações para enfrentar seus adversários. Ele quer ser propositivo e mostrar um Amaro Neto diferente do brincalhão da TV. O Amaro candidato vai passar a imagem de sério, focado na disputa.
Amaro espera que seus adversários se atenham ao debate da cidade. Mas a julgar pela disputa eleitoral de 2012, que teve até laser no olho no debate e pastor cheirando bíblia no programa eleitoral, dificilmente o deputado vai conseguir o que pretende. Principalmente se ele aumentar a distância para os demais candidatos, na liderança da corrida eleitoral.
Mas Amaro parece disposto a não entrar nessa onda. Na Convenção do PPS esse discurso de desconstrução do adversário foi percebido nas falas das lideranças da coligação de apoio ao prefeito. Se o grupo insistir nessa tecla, vai se complicar. Amaro é popular e se seus adversários tentarem impor um debate neste nível vão fortalecê-lo ainda mais.
Se em 2012 o discurso de vitimização encampado pela campanha de Luiz Paulo na reta final da disputa não deu certo, com Amaro isso seria natural. Afinal, ninguém gosta de discurso esnobe de depreciação do ser humano. Isso nunca dá certo. Durante anos tentaram fazer isso com Lula e deu no que deu, ele virou presidente da República.
Não é o mesmo caso de Amaro, mas acreditar nessa história de que o eleitorado de Vitória é mais rebuscado, mais esclarecido, mais exigente e que não vai aceitar o perfil popularesco do candidato, é uma avaliação rasa e perigosa.
Fragmentos:
1 – Não foi apenas em Vila Velha que a movimentação do PMDB estadual está dando o que falar. Em Conceição da Barra, norte do Estado, surpreendeu os meios políticos o fato de a vice-prefeita Adelia Marchiori não ser a candidata do partido para a disputa à prefeitura.
2 – Para as lideranças locais, teve mão do secretário estadual do partido, o ex-prefeito do município Chico Donato, que continua tendo muita influência no partido local ele tem, mas disputar a eleição que é bom, ele não vai.
3 – O candidato escolhido por Donato foi Tiago Magela, um advogado do seu grupo político. A movimentação ajuda a já inflada candidatura de Chicão (PSDB), candidato do prefeito Jorge Donati, que é primo do peemedebista.