Se o objetivo da base do governo federal era minar a candidatura de Marina Silva à presidência da República com restrições à criação de novos partidos, o que atinge em cheio à Rede Sustentabilidade, o tiro saiu pela culatra. Em 20 dias, os apoiadores do projeto conseguiram dobrar as assinaturas de apoio à criação do novo partido.
Desta vez, o ritmo no Espírito Santo caiu um pouco. No mês passado, o Estado foi responsável por 10% da coleta em todo país. Mas os números da segunda parcial são bem otimistas para a ex-senadora que tem até outubro para conseguir 500 mil assinaturas. Foram mais de 135 mil assinaturas entre 9 de abril e 2 de maio, quando foi concluído o seu segundo balanço nacional.
Com esse resultado, a #rede já contabiliza 263.515 assinaturas. São necessárias 500 mil assinaturas em pelo menos nove Estados da Federação para que o Tribunal Superior Eleitoral conceda o registro ao partido e ele possa disputar as eleições em 2014.
O partido credita o crescimento dos apoios às atividades dos aliados de atuação em campo, principalmente com o “Eu sou + 30”, em que cada apoiador cadastrado se compromete a conseguir outras 30 assinaturas.
Mas a impressão que se tem é de que, ao tentar impedir que o partido seja criado, a base do governo acabou sendo a maior impulsionadora do aumento na adesão dos eleitores. A ex-senadora, que em 2010 obteve a marca de 20 milhões de votos, aparece em segundo lugar nas primeiras pesquisas que sondam o eleitorado sobre a disputa à Presidência da República em 2014.
O veto à criação de novos partidos soou como autoritarismo disfarçado, o que tocou a população, que solidarizou-se com a causa da ex-ministra. Mesmo que não consiga tempo de TV e fundo partidário, essa solidariedade pode contagiar o eleitorado. O voto de Marina é ideológico e pode encontrar outras alternativas de divulgação das ideias. Marina é um problema real, uma pedra no sapato de Dilma que está se tornando cada vez mais incômodo.