Além da tentativa de se inserir de forma positiva na questão da chuva no Estado, os pronunciamentos dos deputados estaduais nas sessões dessa terça-feira (7) e quarta-feira (8) mostraram um apoio incondicional ao governador Renato Casagrande, exceto, pelas falas de Euclério Sampaio (PDT) e Paulo Roberto (PMDB), que esboçam um desenho de oposição.
Embalados pela reaproximação do governador Renato Casagrande com o ex-governador Paulo Hartung, que já vem acontecendo há algum tempo nos bastidores, os parlamentares entenderam que reedição da unanimidade é um processo em acelerado trânsito. Mas não é bem assim.
Casagrande só vai falar, oficialmente, em eleição a partir de maio. Hartung mantém o mistério que lhe é peculiar. Ele deve permanecer em silêncio até às vésperas do processo, quando não for mais possível adiar um posicionamento. Tudo que está sendo formado agora pode não se efetivar no futuro processo eleitoral.
Outra leitura dos meios políticos é sobre a ideia equivocada de que poderá se pegar carona nas medidas emergenciais que serão adotadas para a recuperação dos municípios atingidos pela chuva. Quem tentar pegar carona na tragédia pode acabar morrendo na praia.
A situação de emergência livra Casagrande de muitas restrições da legislação eleitoral que já estão valendo desde o dia 1º de janeiro, sobre distribuição de bens, recursos, entrega de obras. Mas não há espaço para atos públicos com discursos inflamados.
A movimentação de agora pode consolidar a união entre Casagrande e Hartung, mas não há garantia sobre isso, afinal, o ex-governador precisa de uma colocação boa para a eleição deste ano. Precisa, na verdade, de um mandato para 2015. Além disso, não vai conseguir convencer o senador Magno Malta (PR) a desistir de erguer um palanque de oposição no Estado.
A reunião das forças políticas é emergencial e circunstancial, não é uma jura de amor eterno. O ano eleitoral está só começando e muita coisa pode acontecer até a homologação das candidaturas, em julho.
Fragmentos:
1 – As animosidades entre o PT e o presidenciável Eduardo Campos podem acelerar o afastamento dos petistas do governo de Renato Casagrande no Estado. Mas, por enquanto, todo mundo permanece unido.
2 – A chuva da manhã desta quinta-feira (9) deixou a população da Grande Vitória apreensiva. O trauma pelo que aconteceu no final de 2013 deve permanecer por muito tempo, quando o céu ficar escuro. Mas, aparentemente, foi só um susto.
3 – E não é para menos. Em Vila Velha, o cheiro do esgoto ainda está incomodando os moradores de vários bairros. Em Vitória, houve pontos de alagamento e na Serra a água ainda está sendo racionada. Os efeitos da chuva ainda serão sentidos por um bom tempo.