Nos primeiros meses do ano, a impressão nos meios políticos era de que o PSDB havia se recomposto. Desde a eleição de 2004, quando o partido não conseguiu fazer o sucessor de Luiz Paulo Vellozo Lucas, na época, César Colnago, o partido havia perdido capital político no Estado. Mas em março deste ano o partido ganhou um senador, com a filiação de Ricardo Ferraço. Já tinha, com a eleição de 2014, um deputado federal – Max Filho – e um vice-governador, com César Colnago. Sem falar que aumentou a representatividade na Assembleia.
Esperava-se que o PSDB fosse conseguir ter um desempenho forte na eleição deste ano. O ninho tucano capixaba tinha tudo para apresentar nomes que pudessem disputar a eleição nos grandes colégios, atendendo, assim, a meta da Nacional de eleger o maior número de prefeitos nas cidades com mais cem mil eleitores.
Mas chegando o fim do período das convenções, o que mais se aproxima dessa realidade é a candidatura tucana de Daniel do Açaí em São Mateus – município com pouco mais de 80 mil eleitores. É um bom número, mas está muito aquém do que o partido planejava conquistar nesta eleição.
O partido, porém, parece ter se desintegrado do Estado. Algo parecido aconteceu com o grande adversário em nível nacional e também no Estado, o PT. O partido, no seu ápice, chegou a governar mais de um milhão de habitantes no Estado, quando venceu a disputa em quatro grandes colégios nas disputa de 2008: Cariacica, Vitória, Cachoeiro de Itapemirim e Colatina.
Hoje o partido está minguado, sem chances de vitórias expressivas na eleição deste ano. Vai tentar defender seu legado e pensar em um recomeço para o futuro. Mas o que partidos tão diferentes podem ter em comum para terem destinos tão parecidos. Ambos, ou melhor, algumas de suas lideranças se encantaram pelo projeto de política e entregaram as legendas de olhos fechados nas mãos de Paulo Hartung.
O PT no início do primeiro mandato foi fundamental para o governador. Foi com recursos da antecipação dos royalties do petróleo no início do então aliado presidente Lula, que Hartung conseguiu trazer o equilíbrio financeiro ao Estado, que garantiu sua governabilidade. O PT foi parceiro no Estado na hora de tirar das ruas o incômodo chamado movimento sindical e o PT conseguiu alguns espaços no governo.
Mas uma vez esgotadas as possibilidades com o PT, Hartung não hesitou em descartá-lo e não só descartá-lo, mas desidratá-lo. Agora é a vez do PSDB, o partido está se desintegrando por causa das alianças de suas lideranças com o governador Paulo Hartung. Na política de grupos só cabe alguns e o fortalecimento partidário é desinteressante para a manutenção do poder na mão de apenas uma liderança. se tem uma coisa que Hartung não parece disposto a fazer é dividir o poder.
Fragmentos
1 – O pré-candidato a prefeito da Serra, deputado federal Sérgio Vidigal, conseguiu mais reforço para o palanque. Ele se reuniu nesta quinta-feira (28) com lideranças do PRP e do PSL para fechar acordo para a campanha eleitoral.
2 – Nesta sexta-feira (29) acontece em Guarapari o lançamento da pré-candidatura do vereador Gedson Merízio (PSB) à prefeitura. O ex-governador Renato Casagrande vai participar do evento.
3 – Do deputado Sérgio Majeski (PSDB) sobre sua entrevista ao jornal A Gazeta nesta quinta-feira (28): “E faltou dizer muitas outras coisas”, durma com um barulho desses.