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Trocaram as bolas

Deu a louca no mundo da política e eu não estou falando do impeachment da presidente Dilma Rousseff. Enquanto se resolvia quem ficará à frente do País nos próximos 180 dias, as principais lideranças políticas do Estado adotaram uma posição bem diferente do que se esperava delas. 
 
De um lado, o silêncio ensurdecedor do governador Paulo Hartung (PMDB) sobre o caso. Não deveria o governador trazer uma palavra de tranquilidade para a população acerca da relação institucional com o novo governo? Governo esse, aliás, que é do seu partido e que será comandado por quem com ele conversou muito antes de tudo isso explodir. 
 
Hartung, porém, foi esperto. Não quis se comprometer. Sabe que o terreno é irregular, que pode pisar em uma mina escondida ao firmar um posicionamento, diante de uma situação delicada e de ebulição de manifestações e desgastes atribuídos às lideranças políticas. Prefere ficar mergulhado, tentando vender a imagem de bom gestor para fora e investir na eliminação de seus adversários para ter uma vida tranquila até 2018. 
 
Mas será que a omissão diante de um grave fato político também não é uma posição a ser questionada pelo eleitor? Será que o governador vai continuar mantendo essa imagem de isenção em um cenário em que as pessoas precisam de respostas e posições claras? 
 
Por outro lado, chamou a atenção o vídeo publicado pelo ex-governador Renato Casagrande (PSB) que foi ao ar ainda na noite dessa quarta-feira (11), antecipadamente por um problema de gerenciamento das redes sociais. Ficou pouco tempo, mas já deu pra ver que foi um tiro no pé. 
 
Nacionalmente, faz todo sentido, já que o PSB conversa com Temer sobre as articulações, embora suas lideranças neguem. O partido disputou as eleições com Eduardo Campos e depois Marina Silva, tentando se apresentar com uma terceira via e tal. 
 
Mas, quando o discurso vem para dentro do Espírito Santo, não dá para entender. Não dá para entender o ex-governador elogiar um governo que chega ao poder por meio da traição e da manobra do Congresso Nacional. Sem entrar no mérito da questão do impeachment, o processo só teve esse desfecho por causa da articulação de Michel Temer pelo poder. 
 
Logo Casagrande, que governou quatro meses com uma Assembleia adversa, que teve seu governo repleto de aliados de Hartung, que evitaram qualquer tipo de desgaste para o governo anterior, que viu seu ex-aliado criar uma imagem de que ele havia quebrado o Estado para chegar ao governo, como o grande gestor, capaz de tirar o governo do buraco em que Casagrande o teria jogado, como vem vendendo o peemedebista. 
 
Fragmentos
 
1 – Nos próximos 180 dias o governo Temer vai colocar na mira os deputados e senadores que votaram a favor ou contra o impeachment da presidente Dilma Rousseff. Os três senadores e os oito deputados federais que votaram pela saída da presidente vão torcer para que dê tudo certo. 

 

2 – Como boa parte dos deputados federais terá interesse direto ou indireto na eleição deste ano, podem sofrer a resposta ao posicionamento adotado nas urnas, em outubro. 

3 – Se o governo Temer for bem, serão exaltados, mas se o governo for mal, vão pagar o preço pela escolha que fizeram. Só os dois deputados do PT Givaldo Vieira e Helder Salomão se colocaram contrários ao impeachment, por razões óbvias. 

 
 

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