O PSDB capixaba vem seguindo a tendência nacional do partido, em desgaste desde o início da década de 2000. Nos últimos anos, o ninho tucano no Espírito Santo teve seu processo de desidratação acelerado e hoje vive uma situação complicada, que vem se refletindo inclusive internamente.
A eleição da municipal de Vitória foi dia 16 último, mas ainda tem ecos negativos dentro do partido que podem reverberar na convenção estadual, marcada para 20 de abril. Para piorar, a pesquisa Datafolha, que mostra o candidato tucano à presidência da República Aécio Neves (MG) em terceiro lugar, com uma distância considerável da segunda colocada, Marina Silva, mostra que o próximo ano não será muito promissor para o PSDB em nível nacional.
Com tanta dificuldade pela frente, os tucanos adotaram uma estratégia inteligente visando a eleição do próximo ano e, quem sabe, a disputa municipal de 2016. Marina Silva tem um capital político respeitado no Estado e venceu o primeiro turno da disputa presidencial em Vitória.
A aliança com a Rede, partido que a ex-ministra do Meio Ambiente tenta consolidar até outubro, pode garantir um reposicionamento dos tucanos na disputa estadual e, de quebra, garantir uma retomada da prefeitura de Vitória, que seria um dos grandes objetivos do partido. Até porque a derrota de Luiz Paulo Vellozo Lucas para Luciano Rezende (PPS) no ano passado foi por pouco.
O surgimento da Rede cria ainda no mercado político uma outra leitura sobre a possibilidade de o partido, caso seja mesmo criado, tornar-se uma alternativa para as lideranças do PSDB que queiram deixar a sigla. O problema é que o conteúdo ideológico da Rede não se alinha com o dos tucanos.
Além disso, a Rede tem entre seus integrantes, lideranças das mais diversas correntes políticas, incluindo o PSOL. Como a ideia é de um partido sem centralismo, o embate seria inevitável. Aí não se sabe se os tucanos teriam disposição para uma realidade tão diferente. Mas que a aproximação abre a brecha, abre.
Fragmentos
1 – A vinda da secretária especial de Direitos Humanos da Presidência da República, Maria do Rosário ao Estado, nesta segunda-feira (25), foi bem aproveitada pelas lideranças do PT do Estado.
2 – A elite econômica do Estado volta sua artilharia agora paro ex-presidente Lula, que seria o responsável por uma manobra para retirar a Jurong do Espírito Santo. Seria mesmo tão ruim assim?
3 – A movimentação para conseguir as assinaturas da CPI do Posto Fiscal de Mimoso do Sul pode ser o teste que os deputados precisam para conquistar sua independência do Executivo.