Se existe uma semelhança entre o governador Renato Casagrande, o ex-governador Paulo Hartung (PMDB) e o senador Magno Malta (PR) é o fato de todos eles estarem esperando o momento certo para tomar um posicionamento em relação à disputa eleitoral deste ano.
Casagrande, evidentemente, tem um posicionamento já tomado em relação à disputa. Tem direito de se reeleger e já disse, nos bastidores, que sua candidatura é irreversível. Mas como? Com quais aliados? E principalmente, contra quais adversários?
Desde o ano passado o governador vem criticando a postura das lideranças nacionais que anteciparam o debate presidencial. Isso atrapalhou suas movimentações com a base e o tem pressionado para tomar uma posição em relação à eleição nacional, para assumir o apoio ao candidato de seu partido, o governador de Pernambuco Eduardo Campos.
Por outro lado, o PT nacional também se movimenta tentando isolar o PSB nos Estados, e, é claro, isso inclui o Espírito Santo. Casagrande ainda tenta esfriar os ânimos, dizendo que só vai se posicionar em maio próximo, mas a tensão nos meios políticos é grande.
Quem também tenta adiar o posicionamento, mas por outros motivos, é o ex-governador Paulo Hartung. Essa estratégia dele já é conhecida no mercado, justamente para criar uma sensação de instabilidade, facilitando as movimentações do ex-governador.
Hartung também quer adiar sua definição o máximo que puder. Fala em decisão com as Convenções de junho. Até lá vai manter o suspense, inclusive sobre as possibilidades que lhe são colocadas, como a de disputar o governo do Estado ou o Senado, cria assim instabilidade nas duas articulações, enquanto observa a movimentação dos demais atores políticos.
Magno Malta também evita falar no assunto eleição. Ele espera o momento certo. O senador quer evitar desgastes, mas para os observadores é praticamente inevitável que ele erga um palanque de oposição na disputa deste ano.
Com mandato até 2018, ele não perderia com o processo eleitoral, mas antecipar a decisão pode criar pontos de ataques antes do tempo certo. Além disso, Malta precisa sair do isolamento, aumentando sua base de apoio.
Fragmentos:
1 – Se para os majoritários ainda há muito tempo para se falar em eleição, na proporcional todo mundo já está com a calculadora na mão desde meados do ano passado, procurando o caminho que trará menos prejuízo.
2 – Dificilmente essa história de PSB e PT juntos no Estado vai vingar. E a pergunta que se faz nos bastidores do Palácio Anchieta é: como o vice-governador Gilvando Vieira vai construir sua candidatura sem o apoio da máquina.
3 – O ex-prefeito de Anchieta, Edval Petri vai lançar livro sobre os 50 dias de prisão durante a Operação Derrama. Será que as publicação rende votos para a campanha à Assembleia Legislativa este ano?