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Um monge chamado Dom Pérignon

Querendo impressionar a namorada, Kako manda de presente para o pai dela uma garrafa de champanhe Dom Perignon. Jane não se impressionou, pois nada entende de vinhos e afins, mas o pai  entende, e sabe o preço, Essa belezinha custa 800 reais! Bom conhecedor e constante apreciador da bebida dos deuses, o pai quer abrir a garrafa, mas a esposa, mais antenada com a realidade diária,  não permitiu. Acho imoral gastar tanto dinheiro numa bebida, ela diz.
 
Mas não gastei, ganhei, o pai retruca. A esposa não cede, Vamos vender no e-Bay! Em briga de marido e mulher não se mete a colher nem a taça, mas Jane decide o impasse. Vamos guardar para o Natal, e ponto final. Antes do Natal, porém, o filho decide ficar  noivo da Lena, e a família é convidada para o jantar do  noivado. Levaremos o Dom Perignon, decreta a mãe. O pai concorda, Faremos bonito e finalmente provaremos esse néctar!
 
Não provaram. O jantar de noivado foi um sucesso mas a garrafa não foi aberta. Uma discussão parecida se repetiu na casa da Lena quando eles saíram, a mãe querendo abrir o champanhe e o pai sendo do contra, Acho que é pecado gastar tanto dinheiro com uma bebida! Mas não gastamos, ganhamos, alega a mãe, doida para se deliciar com a bebida. O decide vender no e-Bay, mas a mãe discorda, De jeito nenhum, foi presente dos pais do noivo!

Vamos abrir no casamento, decide Lena. Aí a Leda, irmã da Lena, conseguiu um bom emprego graças a um bom padrinho, antigo amigo da família, e todos concordam que uma garrafa de champanhe Dom Perignon será uma forma elegante de agradecer.  Sabiam todos que o amigo era bem chegado a umas-e-outras, como se dizia no tempo da Cachaça Moça. O que não sabiam era que o referido se convertera ao budismo, abdicando dos prazeres da bebida.

A garrafa é trancada no armário, até que o filho mais novo é convidado para jantar na casa da namorada, será finalmente apresentado aos pais da moça. Nessas ocasiões, nada melhor para bem impressionar que uma garrafa de champanhe.  Todos ficaram bem impressionados com o gesto – e o gasto – mas a garrafa não foi aberta. Não somos grandes apreciadores de vinhos, seria um desperdício! diz o pai; Eu acho um sacrilégio! diz a mãe.

 
Vamos abrir no meu casamento, decide a noiva. Todos concordam, e a garrafa vai enfeitar o console da sala, onde quem chega se admira, Dom Perignon? Isso custa caro! É para meu casamento…Mas não houve casamento, o noivo fugiu com outra. Irado, o pai da ex-noiva decide vender a garrafa no e-Bay, mas a mãe discorda, O traidor pode descobrir e vai pensar que a gente está passando fome! Então despeja na pia! grita o pai.
 
A mãe não obedece, que sabe bem o preço da bebida, e dá a garrafa para a vizinha, em retribuição ao bolo de cenoura que ela lhe mandou. Chegou na hora! diz a vizinha, muito agradecida,  porque a filha está namorando um rapaz rico, e no sábado vai jantar na casa dele, ser apresentada aos pais. A família do noivo fica impressionada com o presente, afinal, sabem que a garota não é rica. Mais impressionado ainda fica o noivo, que reconhece a garrafa que ele mesmo deu a uma ex-namorada, nem lembra mais qual. Era safra exclusiva, com sua assinatura na caixa.

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