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Vale quanto custa?

Gastar todo mundo gasta, ou já morreu. Uns mais outros menos, que as variações em qualidade e quantidade são infinitas.  E porque no Brasil de repente os preços subiram a níveis de primeiro mundo, os aviões voam superlotados para Miami,  onde tudo é baratim, baratim.  Nos  shoppings e restaurantes da moda,  a língua mais ouvida é nosso familiar português, pois  os residentes andam apertando o cinto. Mesmo assim, não frequentam a Ross, paraíso da brasileirada alvissareira.
 
Mas temos mesmo os preços mais altos do planeta? Os economistas que se debruçam sobre as variações mundiais de preços  usam Nova York como base para o cálculo internacional, com o valor 100.  Seguindo esse parâmetro,  Zurique com 137 é hoje a cidade mais cara do mundo, desbancando Tóquio, que sempre foi a campeã e caiu para o segundo lugar, com 135.  Entre as dez primeiras temos surpresas como  Luanda e Caracas.
 
Para consolo da plebe,  pegamos o 258 ? lugar na listagem dos países mais caros, e São Paulo tem o honroso 31? lugar entre as cidades com custo de vida mais alto. Como vão as coisas mundo afora?  Uma calça Lee  custa 350,00 em Basel, na Suíça; 320,00 em Punta del Este; 310,00 em Caracas; 75,00 em Miami.  O preço médio de um autêntico Nike em Zurique é 350,00;  em Caracas, 300,00;  em Florianópolis, 200,00; em Miami, 80,00. Naturalmente, os preços dependem de onde você faz suas compras.
 
Se você está usando as academias de rua (mesmo não sendo terceira idade) porque a mensalidade dos templos da boa forma subiu demais, console-se – em Lausane, Suiça, você pagaria 250,00;  em Paris, 210,00;  em Caracas, 200,00; em Dubai, 95,00; em Miami, 70,00.  Indo ao cinema para ver o mesmo filme, você paga 220,00 em Riyad, na Arábia Saudita; 40,00 em Genebra;  33,00 em Londres e Tóquio;  25,00 em Nova York;  23,00 em Beijing.
 
O salário médio em Berna, Suíça,  é 12.500,00;  em Nova York, 7.500,00; em Paris, 6.200,00; em Miami, 3.000,00.  E o nosso? As variações salariais são pequenas nos países do primeiro mundo e absurdamente injustas  no Brasil – se a média salarial entre o Dr. Político e o Zé Professor é de 120.000,00/mês, não quer dizer que o Zé não está passando fome. E tem a conta do celular nosso de toda hora – o minuto custa 2,10 em Bilbao, Espanha; 1,80 em Sydney; 0,15 em Miami.
 
A taxa de consumo dos Estados Unidos é 31% mais alta que a do Brasil e o aluguel é 74% mais caro,  mas o poder aquisitivo do americano é 208% maior que o do brasileiro. Comparando: o aluguel de um apartamento dois quartos custa 4.000,00 em Genebra; 5.000,00 em Nova York; 4.500,00 em Hong Kong;  3.000,00 em Caracas. Com toda essa diferença de preços, por que os aviões que chegam a Miami vindos de Tóquio, Moscou, Londres ou Zurique não estão sempre superlotados de ávidos compradores?

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