
Essa jogada de um grupo de deputados estaduais em criar condições para menter Theodorico Ferraço (DEM) na presidência da Assembleia, como um obstáculo para evitar que o governador eleito Paulo Hartung (PMDB) a domine, como foi nos seus governos passados, foge do próprio resultado das urnas, que se baseia entre vencedores e perdedores. Com o resultado das urnas, há deputados vencidos e vencedores. Os vencidos que estavam com o governador Renato Casagrande (PSB) e os vencedores que estavam com Hartung. E o jogo não pode ser diferente.
Recurso
É a correlação de forças que estão dentro da Assembleia querendo valer-se das artimanhas do atual presidente da Assembleia não passa, no entanto, de uma forma perigosa de desviar o confronto que saiu das eleições que é Paulo Hartung versus Renato Casagrande.
Salvador
A Assembleia ensaia uma tática sustentada na ideia de que os tempos são outros. faz sentido. Hartung também será outro neste seu terceiro mandato. Sem as armas de que dispôs em seus dois governos, quando arbitrou que era o bem e o mal na política capixaba.
Despido
Não há mais como empregar os recursos de outrora, cuja imoralidade reinava e fez dele um justiceiro. A ponto de emoldurá-lo num quadro como um político imaculado.
Perdeu
Mas no embate que ocorreu na última eleição, quando houve o confronto que faltou nas eleições anteriores, a figura de Hartung sofreu os abalos inrrecuperáveis. A imagem de homem probo foi arranhada pelas denúncias que envolvem o nome dele em ações, no mínimo, suspeitas.
De carne e osso
Hartung não conseguiu impedir que as questões nebulosas de seu governo estivessem presente na disputa eleitoral. As denúncias o levaram à vala comum dos políticos decomposto das condições básicas para se comportarem acima do bem e do mal. Agora ele é de carne e osso.
Máquina ou trabuco
Para este seu terceiro mandato sobrou-lhe tão e somente a máquina e não o trabuco para reger, à sua maneira, a política do Estado. Essa situação ficou clara num recente episódio ocorrido em Cariacica, numa visita que fez após as eleições ao prefeito Juninho (PPS). Na ocasião, Hartung aproveitou o “passeio” para desancar o deputado reeleito Sandro Locutor (PPS), lá presente. O governador eleito quis mesmo destratá-lo. Uma cena atípica de Paulo Hartung, que sempre preferiu bater com a mão dos outros.
De fora
Esse processo na Assembleia, nascido por conta do desarme do governador eleito dos instrumentos de coação do passado, registra a ausência e indiferença do governador Renato Casagrande, que saiu da eleição na figura de seu opositor. Quem quer ser opositor tem de justificar o papel.
Pensamento
“ A agressividade da campanha acaba fazendo sobrar quem realmente tem resistência e consistência nas propostas.” Renato Janine Ribeiro.