Jornal A Gazeta dessa quarta-feira (1) – disse o deputado federal Evair de Melo (PV) sobre a redução da maioridade penal: “Sou contra a redução. Mexer na Constituição não é solução. Certo seria fazer a revisão do ECA [Estatuto da Criança e do Adolescente] e ampliar suas punições”. No mesmo dia e jornal, opinou Paulo Foletto: “O texto da comissão chegou carregado, raivoso, sem responsabilidade. Se a cadeia não serve para reabilitar adulto, imagine um adolescente”. Não tem muito tempo, posição semelhante defendeu Jorge Silva (Pros): “Se for aprovada, vai agravar a situação do sistema carcerário, sem resolver o problema da violência. Sou favorável que a gente intervenha no Estatuto da Criança e do Adolescente”. Pois bem. Ainda na quarta, na votação legítima realizada na Câmara dos Deputados, os três parlamentares foram coerentes com suas declarações e votaram contra a redução. Em 24 horas, porém, eles simplesmente mudaram seus votos, contribuindo com o golpe regimental que aprovou a redução de 18 para 16 em crimes hediondos, homicídio doloso e lesão corporal seguida de morte. Posição, aliás, contrária à orientação dos próprios partidos que representam. O que mudou em tão pouco tempo, a não ser novas rodadas de conversinhas de pé de ouvido e articulações políticas? São os atuais alvos das redes sociais, com mostra a foto acima.
Convence?
Foletto correu para se explicar em suas redes sociais. Disse que sempre foi a favor da maioridade penal nos crimes em questão. Ah é? Não parecia.
Coerência
Já o deputado federal Max Filho (PSDB), nem assim recuou do seu voto contra a redução. Na votação anterior da Câmara, ele e mais quatro dissidentes do ninho tucano foram decisivos na rejeição da proposta. Dois deles resolveram mudar o voto: João Paulo Papa (SP) e Mara Gabrilli (SP).
Já vi esse filme
Outro dia, o mesmo que aconteceu na Assembleia Legislativa, na polêmica do Escola Viva. Mudaram seus votos, também de um dia para o outro, a favor do governo e contra a comunidade escolar, Enivaldo dos Anjos (PSD), Bruno Lamas e Eustáquio de Freitas, do PSB; Padre Honório e José Carlos Nunes, do PT; e Amaro Neto (PPS).
Unha e carne
O governador Paulo Hartung (PMDB) é o convidado de honra do Curso de Formação de Gestores Públicos que o deputado estadual Rodrigo Coelho (PT) realiza neste sábado (4) em Guaçuí. Olha o tema da palestra de Hartung: “O comportamento do líder à frente da Gestão Pública”. Quem vê até pensa!
Faz de conta
Não tem nada de maravilha nesses índices de homicídios publicado na mídia corporativa nos últimos dias. O cenário estadual, sem recortes, continua de mal a pior.
Oportunismo
Tem gente cobrando um posicionamento do deputado estadual José Carlos Nunes (PT) em relação à condenação de entidades sindicais ao pagamento de multa de R$ 1,2 milhão, em decorrência do protesto que bloqueou as vias de Vitória em 30 de agosto de 2013. É que neste dia, Nunes fez questão de aparecer e posar de articulador do movimento – ó, até dois microfones -, como mostrou a foto do colega José Rabelo. Agora, se faz de morto.
Segue…
Nunes, nunca é demais lembrar, fez sua carreira política nas bases sindicais. Das três entidades que foram condenadas, uma é a CUT, presidida pelo deputado petista.
Proposital
A propósito, coincidência essa condenação sair logo agora, a poucos dias do protesto dos servidores públicos, com a chamada “o Estado vai parar”? Sei não, hein!
140 toques
“Mais um crime contra nossa juventude e nossa Constituição comandado por Cunha golpista. Reação pessoal. Fora Cunha #ReduçaoNãoÉSolução”. (Ex-deputada federal Iriny Lopes – PT – no Twitter).
PENSAMENTO:
“Dá para saber quanto o Congresso custa. Incalculável é o preço de fechá-lo”. Murilo Portugal