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???Vitória, capital do pó preto???

Definitivamente, a Vitória paradisíaca exibida nas redes sociais pelo prefeito Luciano Rezende (PPS) não é a mesma que virou tema dos protestos na Praia de Camburi nesse domingo (18). 
 
O principal slogan da manifestação contra a poluição do ar, não por acaso, deu destaque à Capital: “Vitória, capital do pó preto”. 
 
Não podia ser diferente. Embora as emissões da Vale e ArcelorMittal afetem boa parte dos municípios da Grande Vitória, são os moradores da Capital as principais vítimas das doenças respiratórias e da poeira de minério que já faz parte da “decoração” das casas e apartamentos de Vitória.
 
Ante a inércia do poder público e o descaso das poluidoras para solucionar o problema, a sociedade decidiu ir para as ruas protestar. O ato desse domingo, que reuniu mais de 1,5 mil pessoas na Praia de Camburi, conquistou farto espaço na imprensa capixaba e sensibilizou a população. Quem não foi ao protesto, apoiou a manifestação nas redes sociais. 
 
Quem não fez nenhuma coisa nem outra foi o prefeito Luciano Rezende (PPS). Embora Vitória seja a principal vítima do pó preto, o chefe do Executivo municipal se manteve omisso. Como se nada de anormal estivesse acontecendo na cidade, Luciano continuou postando nas redes sociais imagens paradisíacas da Vitória dos cartões postais. A capital apocalíptica do pó preto que ameaça a saúde e a qualidade de vida da população, ele preferiu ignorar. 
 
A omissão do prefeito segue na contramão do seu discurso de campanha à Prefeitura de Vitória nas eleições de 2012. Num dos debates, o então candidato Gustavo de Biase pergunta quais são os projetos do candidato do PPS para combater o pó preto. 
 
Luciano, embora escolha bem as palavras para não se indispor com as mineradoras, promete que fará um “raio-x do pó preto”. Diz que irá identificar uma a uma as fontes poluidoras. Em seguida, afirma que fará um cronograma e garantirá que esse cronograma saia do papel e seja cumprido. “Aí entra a posição do prefeito, do líder da cidade cobrando resultado”. 
 
Até agora o prefeito não fez o tal raio-x das poluidoras, não elaborou o prometido cronograma e tampouco assumiu o papel de “líder da cidade” no combate ao pó preto. SE tivesse assumido estaria mergulhado na discussão e apoiando as manifestações da sociedade civil, que não tolera mais discursos oportunistas de governantes que só querem postergar o problema e manter uma boa relação com as poluidoras que de dois em dois anos financiam as campanhas eleitorais dos principais candidatos.
 
Luciano Rezende deveria refletir com mais atenção o recado do ambientalista Paulo Pedrosa, presidente da Associação dos Amigos da Praia de Camburi: “O prefeito, que é médico, precisa desenvolver humanidade e atender aos anseios da população. Ninguém aguenta mais o pó preto. As autoridades do município e do governo do Estado não podem nos deixar assim, sofrendo”, suplicou Pedrosa.

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