Segunda uma pesquisa do Ibope divulgada essa semana, o Brasil continua com uma maioria católica, formada principalmente por jovens. Na mesma pesquisa ficou claro que esses jovens apoiam a diversidade e querem mudança na visão conservadora da Igreja Apostólica Romana.
O estudo aponta que 56% dos católicos com até 30 anos são a favor do casamento igualitário e contra qualquer tipo de preconceito. O número cai para 43% quando a faixa etária ultrapassa os 30 anos. Isso torna evidente uma evolução nos conceitos de religiosidade de cada um, e abre espaço para que mudanças possam seguir mais livres dos dogmas pesados e ultrapassados, com que muitos líderes católicos ainda insistem em seus sermões.
A própria troca de Bento XVI, discretamente convidado a sair, um conservador pouco maleável e que através de maquinações políticas, acabou se impondo Papa, por Francisco, uma promessa de um novo tempo, muito embora ainda preso pelas fortes correntes medievais do Vaticano, mas que aos poucos vai impondo uma nova postura bem condizente com o nome que adotou.
A pesquisa do Ibope não me surpreendeu, já que acredito nesse processo evolutivo pelo qual estamos passando, quando vemos o velho tentando, por meio de calúnias e ardis políticos, se manter de pé, mesmo carcomido pela podridão da falsa moral em que se apoia, e vemos uma mobilização mundial em torno das mudanças que vão legitimar os direitos humanos, libertando a humanidade da doutrina de ódio e de recalque que pregam os fundamentalistas para construírem um domínio ideológico.
O medo do retrocesso é uma constante, mas como sou otimista, vejo com muita lucidez nas militâncias jovens que vão às ruas proporem mudanças éticas, num país ainda sob o julgo de coronéis. Os jovens da pesquisa refletem muito bem o pensamento dos que vão tomar as rédeas sociais num futuro próximo.
Falcatruas como Felicianos, Malafaias, Magno Maltas e tantos outros, não vão sobreviver ao novo que se constrói. A política corrupta de partidos como PR, tomando como exemplo o deputado Aelton Freitas (PR-MG), na aula de bandidagem política exibida pela TV, no domingo passado, vão se refletir nas urnas, no amadurecimento político de um eleitor manifestante, que não mais se deixa levar pelo oportunismo de falácias demagogas. E os que forem eleitos, vão estar constantemente vigiados e expostos a indignação pública.
A história se constrói na experiência do dia a dia, e o tempo passa rápido. Logo vamos contar como mudamos um país, e reconstruímos uma sociedade mais igualitária e inclusiva, e o lixo conservador fundamentalista nem mais será lembrado.
Luiz Felipe Rocha da Palma (Phil Palma) é publicitário. Nas “horas vagas” (às quartas) comanda o programa “Praia do Phil” pela rádio Universitária FM, onde defende os LGBTs e denuncia a homofobia. Fale com o autor: [email protected]