O mercado político foi abalado pela notícia veiculada pelo O Globo e repercutida pelos jornais do Estado, incluindo Século Diário. A notícia da manhã desta terça-feira (10) é que o ex-prefeito da Serra Sérgio Vidigal (PDT) teve a prisão decretada pela Polícia Federal.
A PF negou a prisão no início da tarde criando outro reboliço. Pela manhã as leituras se voltaram para a possibilidade de o episódio forçar uma meia volta no processo de migração do governador Paulo Hartung, que estaria deixando PMDB a caminho do PDT.
Com Vidigal enrolado com a PF, certamente o ex-governador não chegaria nem perto da sigla. Afinal, ele evita a qualquer custo envolver-se com pessoas que tenham pendências judiciais. Mas tudo não passou de um engano e com isso, volta tudo como antes no quartel de Abrantes.
Hartung pode dar sequência ao projeto ir para o PDT, fortalecendo uma arquitetura política que envolve ainda o PMDB e o PSDB. No comando desses três partidos, ele tira o poder de articulação de Casagrande, desmanchando o sistema de unanimidade, que prevaleceu no governo Paulo Hartung e em 2010, na eleição de Casagrande.
Se não houver mais desdobramentos, Hartung e Vidigal poderão manter seus projetos para o próximo ano.
Vidigal quer ser deputado federal e tem condições de ter uma votação muito alta. Hartung quer enfraquecer Casagrande, contaria com uma candidatura de Guerino Balestrassi do PSDB e, talvez a do senador Ricardo Ferraço (PMDB) para pulverizar os votos.
Mas com o controle das articulações poderá também mudar as peças no tabuleiro podendo ele mesmo disputar o governo ou disputar sozinho para o Senado, mantendo o controle do Palácio Anchieta por meio de um aliado.
Resta saber se o rastio de pólvora que correu pela manhã desta terça-feira foi totalmente apagado com a retificação do Globo e dos jornais do Estado.
Fragmentos:
1 – Helder Salomão (PT) foi inocentado de denúncia de corrupção pela Justiça, mas será que isso reverte o julgamento público causado por denúncias divulgadas antes de um inquérito ser gerado?
2 – Já as denúncias da Derrama, baseada em um caminhão de provas colhidas pelos delegados concursados da Polícia Civil, isso não vale. Dois pesos e duas medidas.
3 – Se o PSDB quer inflar a imagem de Rita Camata para que ela dispute a eleição 2014, a estratégia deveria aproximá-la do Estado e não dar uma coordenação de disputa nacional e a organização do site.