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???A Bela que Dorme??? mostra o choque entre indivíduos e instituições

Um acidente de carro em 1992 condenou a jovem italiana Eluana Englaro ao estado vegetativo por 17 anos. Seu pai buscou na justiça o direito de desligar os aparelhos. Foi então deflagrada em toda a Itália uma ampla discussão, uma batalha verbal opondo defensores e apoiadores da eutanásia. A batalha terminou em 2009, quando os aparelhos foram finalmente desligados.
 
A história de Eluana Englaro é pano de fundo de A Bela que Dorme, novo filme do diretor italiano Marco Bellocchio (do intenso Vencer, 2008). Mais que retratar a dramática história da jovem, Bellocchio se mostra mesmo disposto a debater o choque entre indivíduos e instituições.
 
Como? As discussões sobre o aborto no Brasil dão a deixa. Rápido e rasteiro: a quem pertence o direito de decidir o que fazer da própria vida? A família luta para encurtar o sofrimento da moça. Mas certas autoridades italianas entendem que ela não tem esse direito. Aí nasce uma intensa altercação político-judicial em torno da eutanásia.
 

Temos uma atriz que deixou a carreira para cuidar da filha num aparentemente insolúvel estado de coma. Temos também um senador diante de uma dúvida: votar a favor ou contra um projeto de lei que limita o direito de decisão da família em casos de eutanásia? 

 
A dúvida tem raiz na própria vida do parlamentar: a vida da sua mulher também um dia dependeu única e exclusivamente de aparelhos. O dilema de desligá-los ou não um dia o atormentou. Em A Bela que Dorme, Bellocchio apenas abre a discussão. A opinião final fica por conta do espectador.
 
Serviço
A Bela que Dorme (Bella addormentata, Itália/França, 2012, 115 minutos, 14 anos) 
 
Cine Jardins – Shopping Jardins: Sala 2. 19h.

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