Sexta, 03 Mai 2024

Arquivo Público Estadual remasteriza raro documentário com Luz del Fuego

Arquivo Público Estadual remasteriza raro documentário com Luz del Fuego
“Num mundo que está progredindo dia a dia, os preconceitos continuam amarrados a um poste" afirma a capixaba Dora Vivácqua, a Luz del Fuego, na publicação A Verdade Nua, na qual lança as bases das suas ideias sobre o naturismo. 
 
Maluca e demoníaca para muitos, libertária e genial para outros, Luz del Fuego marcou a década de 1950 e apesar das tentativas de silenciá-la - que incluíram duas internações em instituições psiquiátricas e a destruição dos exemplares do seu livro - ela atingiu o seu intento “(...) fazer-se lembrar mesmo após 50 anos”. 
 
Uma parte dessa história pode ser vista no documentário A Nativa Solitária, de 1954, que faz parte do acervo do Arquivo Público do Estado do Espírito Santo (APEES).
 
O filme foi localizado em estado de deterioração. Após ser restaurado foi encaminhado ao APEES para a sua guarda. É desconhecida a existência de alguma cópia do original, o que confere à obra uma grande relevância e raridade. 
 
O Arquivo Público, visando à ampliação do acesso e à preservação da película, realizou recentemente a remasterização do filme no Laboratório de Cinema Casablanca, em São Paulo, que fez a conversão para HD e o tratamento da imagem.
 
No documentário, homens e mulheres dançam e brincam nus na Ilha do Sol, o primeiro clube naturista brasileiro. A biografia Luz del Fuego: A Bailarina do Povo, escrita por  Cristina Agostinho, Branca de Paula e Maria do Carmo Brandão, relata que o local tinha registro na Federação Internacional Naturalista da Alemanha e alcançou, em sua fase áurea, a marca de 240 sócios pagantes. 
 
Dentre eles governadores, ministros, militares de alta patente, milionários, estrelas do cinema e turistas de todo o mundo, que só podiam permanecer na ilha se estivessem completamente sem roupa.
 
Nascida em Cachoeiro de Itapemirim, no dia 21 de fevereiro de 1917, Luz del Fuego pertencia à tradicional família Vivácqua, que deu expressivas figuras políticas ao Espírito Santo. Era irmã do senador Atílio Vivácqua e de Archimedes Vivácqua, que foi vice-governador. Dora Vivácqua se tornou conhecido com o nome que adotou de uma marca de batom argentino, Luz del Fuego. Desde criança mostrava-se diferente ao não aceitar imposições. 

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