Domingo, 05 Mai 2024

Bárbara Eugênia amadurece em segundo álbum

Bárbara Eugênia amadurece em segundo álbum

 

Rotulada de “fossa nova”, por seu primeiro álbum, Journal de BAD (2010), Bárbara Eugênia foi injustiçada com um termo que reduzia a sua obra. Três anos depois, a carioca residente em São Paulo lança seu segundo trabalho de estúdio, É o que Temos (2013), para se contrapor à imagem melancólica que ficou de seu disco de estreia. 
 
Bárbara apresenta um disco naturalmente mais dinâmico e ousado. A primeira faixa, Coração, revela uma artista mais segura e também mais alegre que quer cantar a vida e bailar, como diz a letra da canção. O álbum tem um som retrô e setentista, confirmado na música seguinte: uma versão do clássico Por Que Brigamos, canção eternizada pela carioca Diana em 1972.
 
Em Roupa Suja, Bárbara e Pélico fazem uma DR musical. Os dois interpretam um casal que relembram os erros e as dúvidas do passado e lavam a roupa suja. A faixa tem uma levada mais pop e força para ser um possível single. Além disso, a música tem uma forte influência da música brega, com solos de trompete e um clima nostálgico que faz lembrar Caravana Sereia Bloom (2012), da cantora Céu.
 
O Peso dos Erros é outra prova da confiança de Barbara que canta: “não levo a culpa em mim / ela é toda sua”. No disco, os versos e melodias são indissociáveis. O amadurecimento de Bárbara como artista a princípio é visto nas letras, mas logo se percebe nas composições também, com solos discretos que destacam a voz rouca da cantora.
 
Novamente, Bárbara explora outros idiomas. O inglês na balada havaiana I Wonder, na dançante You Wish, You Get It e na bucólica Out to the sun; e o francês na misteriosa e densa Jusqu’ à la mort.
 


O disco também flerta com o rock, a guitarra distorcida se mescla a sensualidade dos versos de Ugabuga Feelings. “Agora / Suando dendê / Comendo pensando em você”, Bárbara canta revelando toda a sua brasilidade nessa canção. O chiado de vinil e uma dose extra de melancolia da voz de Tatá Aeroplano fazem da faixa seguinte, Não Tenho Medo da Chuva, um lamento otimista. 
 
Produzido por Edgar Scandurra e Clayton Martins, do Cidadão Instigado, que também fazem parte da banda da cantora, É o que temos é um álbum diversificado. Percebe-se que Bárbara Eugênia se inspira em muitos estilos, começando nos rock dos anos 70, passando pelo brega e pelas baladas românticas, além da sensualidade do francês Serge Gainsbourg e o folk americano. 
 
Em suas onze canções, Bárbara resume os amores e os desamores de forma mais madura e menos melancólica que o disco anterior. Afinal, a dor não é tão glamorosa assim.

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