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Bárbara Eugênia amadurece em segundo álbum

 

Rotulada de “fossa nova”, por seu primeiro álbum, Journal de BAD (2010), Bárbara Eugênia foi injustiçada com um termo que reduzia a sua obra. Três anos depois, a carioca residente em São Paulo lança seu segundo trabalho de estúdio, É o que Temos (2013), para se contrapor à imagem melancólica que ficou de seu disco de estreia. 
 
Bárbara apresenta um disco naturalmente mais dinâmico e ousado. A primeira faixa, Coração, revela uma artista mais segura e também mais alegre que quer cantar a vida e bailar, como diz a letra da canção. O álbum tem um som retrô e setentista, confirmado na música seguinte: uma versão do clássico Por Que Brigamos, canção eternizada pela carioca Diana em 1972.
 
Em Roupa Suja, Bárbara e Pélico fazem uma DR musical. Os dois interpretam um casal que relembram os erros e as dúvidas do passado e lavam a roupa suja. A faixa tem uma levada mais pop e força para ser um possível single. Além disso, a música tem uma forte influência da música brega, com solos de trompete e um clima nostálgico que faz lembrar Caravana Sereia Bloom (2012), da cantora Céu.
 
O Peso dos Erros é outra prova da confiança de Barbara que canta: “não levo a culpa em mim / ela é toda sua”. No disco, os versos e melodias são indissociáveis. O amadurecimento de Bárbara como artista a princípio é visto nas letras, mas logo se percebe nas composições também, com solos discretos que destacam a voz rouca da cantora.
 
Novamente, Bárbara explora outros idiomas. O inglês na balada havaiana I Wonder, na dançante You Wish, You Get It e na bucólica Out to the sun; e o francês na misteriosa e densa Jusqu’ à la mort.
 

O disco também flerta com o rock, a guitarra distorcida se mescla a sensualidade dos versos de Ugabuga Feelings. “Agora / Suando dendê / Comendo pensando em você”, Bárbara canta revelando toda a sua brasilidade nessa canção. O chiado de vinil e uma dose extra de melancolia da voz de Tatá Aeroplano fazem da faixa seguinte, Não Tenho Medo da Chuva, um lamento otimista. 

 
Produzido por Edgar Scandurra e Clayton Martins, do Cidadão Instigado, que também fazem parte da banda da cantora, É o que temos é um álbum diversificado. Percebe-se que Bárbara Eugênia se inspira em muitos estilos, começando nos rock dos anos 70, passando pelo brega e pelas baladas românticas, além da sensualidade do francês Serge Gainsbourg e o folk americano. 
 
Em suas onze canções, Bárbara resume os amores e os desamores de forma mais madura e menos melancólica que o disco anterior. Afinal, a dor não é tão glamorosa assim.

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