
Com sua experiência, Ana Maria transformou o galpão do Museu Vale em uma grande instalação com esculturas, vídeos e peças sonoras. Dessa forma, apresenta a natureza tropical como viés para o entendimento da relação entre cultura e nação. A artista utiliza como referência o trabalho de ícones da arquitetura modernista, como o austríaco Adolf Loos (1870-1933), o francês Le Corbusier (1887-1965), a arquiteta ítalo-brasileira Lina Bo Bardi (1914-1992) e os brasileiros já citados Oscar Niemeyer (1907-2012) e Burle Marx (1909-1994).
“Compreendo que paisagem é natureza e natureza é arquitetura. Para mim, a paisagem é uma construção impregnada das ideologias de seu tempo e, portanto, investigá-la tornou-se o centro de minhas preocupações como artista”, afirma Ana Maria sobre a relação entre natureza e artifício. A historiadora e crítica de arquitetura, Fabiola López-Durán afirmou o seguinte sobre a exposição: “Esse trabalho revela o fascínio de Tavares pelas manobras da modernidade para reinar na natureza, desvendando as cumplicidades entre modernismo e ideologia em suas implicações políticas, sociais e biológicas”.
Serviço
A exposição Atlântica Moderna: Purus e Negros, de Ana Maria Tavares pode ser visitada até o dia 8 de março de 2015 no Museu Vale – Antiga Estação Pedro Nolasco, s/n, Argolas,Vila Velha – de terça a sexta-feira, das 8h às 17h; sábados e domingos, das 10h às 18h; e em janeiro de terça a domingo, das 10h às 18h.