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Exposição fotográfica homenageia artesãs de Mãe-Bá, em Anchieta

Mais: exibição de websérie; Cousa no litoral sul e no Centro de Vitória

Tem início na próxima sexta-feira (9), a exposição Retratos das Apoenas de Mãe-Bá, da jornalista e fotógrafa Elizabeth Nader. A abertura terá início às 18h, no CEU das Artes, em Guanabara, Anchieta, no sul do Espírito Santo. A exposição conta com 11 painéis com fotos de artesãs que utilizam a taboa, vegetal aquático extraído da lagoa de Mãe-Bá, segunda maior em extensão no Estado, como matéria-prima para a produção de produtos artesanais.

Elizabeth Nader

Das mãos habilidosas das artesãs surgem utensílios como bolsas, agendas e esteiras. Elizabeth explica que o termo Apoena é de origem tupi-guarani e significa aquele que enxerga longe. Para a fotógrafa, a palavra apoena tem a ver com as artesãs por dois motivos. Um é o fato de que o artesanato em taboa, assim como esse termo, é de origem indígena. O outro é porque, para Elizabeth, as artesãs de Mãe-Bá, no seu fazer profissional, têm uma visão muito aguçada.

‘Potência e força’

Elizabeth Nader

Elizabeth destaca que os produtos feitos pelas artesãs de Mãe-Bá “vêm da zona rural de Anchieta, um município do interior do Espírito Santo, um espaço simples, mas exuberam, vão longe”. Diante disso, por meio das fotografias da exposição, a jornalista afirma querer mostrar “a força e a potência das artesãs de Mãe-Bá”.

Ancestralidade indígena

Elizabeth é nascida e criada em Anchieta, fato que também a impulsionou a fazer a exposição. De acordo com ela, sua vivência no município desde a infância a faz ter muitas memórias da ancestralidade indígena da região. “Tenho uma relação afetiva com o processo de vivência indígena local, através de monumentos, da história de José de Anchieta e de diversas manifestações culturais”, diz.

Muito além da exposição

Durante o lançamento, haverá outras duas atividades. Uma é a entrega de 440 tags, um material do tamanho de um marcador de texto. Cada artesã vai receber 44 tags com sua imagem, que faz parte da exposição, e um QR Code de acesso para a websérie Arte em Taboa das Filhas de Mãe-Bá, que será exibida durante o evento. As tags, explica Elizabeth, são para que as artesãs coloquem nos produtos comercializados como forma de divulgar seu trabalho e a produção audiovisual.

Websérie

A websérie conta com cinco episódios de cerca de cinco minutos cada. Está disponível neste link. Tem Elizabeth como diretora, produtora e roteirista. Conta, ainda, com Matheus Woshington, que divide a direção de fotografia com Elizabeth e foi responsável pela captação de imagens e áudio e pela produção de vinhetas, neste último, em parceria com Marcos Campos Godoy; e Pedro Dutra na captação de imagens de drone.

Mais novidade no litoral sul

Em Piúma, também no litoral sul, será a sede jurídica da Editora Cousa. “Vários projetos hoje acontecem em cidades pequenas, tanto do Espírito Santo como do norte fluminense. E levar a sede da editora para Piúma é uma forma de reforçar essa vocação de estar no interior, onde é mais difícil chegar com acesso à literatura”, diz Saulo Ribeiro, fundador da editora, que informa que, no momento, o imóvel não abrigará atividades culturais. “Não temos espaço suficiente para atividades abertas ao público por lá. Apenas para gestão”, afirma, acrescentando que o alto valor dos aluguéis no litoral também são um empecilho.

Casa Cousa

Divulgação

Já no Centro de Vitória, a Casa Cousa está com atividades culturais a todo vapor. O novo centro cultural, inaugurado em meados de abril, conta com iniciativas como clube de leitura, cineclube e editora, além de servir como garagem da Combiousa, veículo que funciona como um centro cultural itinerante para atingir outras localidades. O espaço terá dois ambientes, a Caverna Turca, na parte inferior, e o Terraço das Avencas, na parte superior.

Casa Cousa II

A Caverna, explica Saulo, é de fato uma caverna, escavada na pedra. “Isso gera um clima gostoso lá dentro. Vamos fazer exibições lá, o CineCaverna”, diz. O Terraço das Avencas “é lindo, protegido por árvores. A subida é cheia de avencas, planta que nasce na pedra e sobrevive às duras condições, como a literatura”.

Pós-pandemia

Heitor Righetti

Saulo recorda que a Cousa teve outros espaços no Centro de Vitória, como o Cousa Café-Bar e o Trapiche Gamão. A Casa Cousa, afirma, é a continuidade disso após a pandemia, já que as atividades culturais no espaço físico foram interrompidas pela crise sanitária. “Na pandemia ganhamos as rodas da Combiousa. Agora retomamos uma proposta de rua”, ressalta. Apesar da retomada de uma proposta de rua, a Combiousa permanecerá em atividade. Sua próxima parada é nas escolas do sul e nas paradas da BR-101, onde serão realizadas sessões de cineclube em postos de gasolina para caminhoneiros.

Até a próxima coluna!

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