Segunda, 17 Junho 2024

Grupo de Caxambu denuncia falta de incentivo à cultura popular em Alegre

caxambu_novo_horizonte_FotoTaynaraBarretos Taynara Barretos

A Prefeitura de Alegre, na gestão de Nemrod Emerick, o Nirrô (Solidariedade), não concedeu transporte para a participação do grupo de Caxambu Novo Horizonte para dois eventos em outras cidades capixabas, o que motivou a divulgação de uma nota de repúdio nessa quarta-feira (22), nas redes sociais. A gestão municipal, segundo o documento, também não disponibilizou transporte para que outros grupos do município fossem até a festa de Santo Antônio, que será realizada pelo Caxambu Novo Horizonte, em 15 de junho.

Na nota, o Caxambu Novo Horizonte destaca que o grupo é reconhecido como patrimônio imaterial e "há anos preserva e divulga a rica herança cultural de nossa cidade" e "enfrenta constantes desafios para manter viva essa tradição". 

Aponta, ainda, que "a participação em eventos culturais é crucial para a continuidade e o reconhecimento de nosso trabalho, além de ser uma oportunidade de fortalecer o laço entre a comunidade e suas raízes culturais". 

O texto acrescenta que "o apoio às manifestações culturais não é apenas uma questão de valorização artística, mas também um dever do poder público para com sua própria história e identidade". O grupo exige "que a gestão municipal reveja sua postura e estabeleça medidas concretas para apoiar e incentivar as iniciativas culturais locais".

A diretora de comunicação do grupo, Zimá Domingos, informa que os eventos para os quais Caxambu Novo Horizonte foi convidado, mas a prefeitura negou o transporte, foram a festa do Raiar da Liberdade, que aconteceu no sábado (18), na comunidade quilombola de Monte Alegre, em Cachoeiro de Itapemirim, sul do Estado, e o 3º Festival de Danças Populares de Vitória, que começou nessa quarta-feira (22) e prossegue até domingo (26), no Teatro Universitário, na Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), campus de Goiabeiras.

No caso do evento de Vitória, a participação foi possibilitada pela organização do Festival, que concedeu o transporte diante da recusa da Prefeitura de Alegre. Quanto à festa de Santo Antônio, Zimá informa que grupos de Alegre e cidades próximas, como Guaçuí, costumam participar todo ano. Os de Alegre são cerca de cinco, e era para eles que o transporte solicitado pela prefeitura seria destinado. A alegação, segundo Zimá, é de que a secretaria Executiva de Cultura, Turismo e Esporte (Secute) não tem transporte próprio. 

A festa de Santo Antônio,  relata, faz parte do calendário da cidade. Surgiu há 70 anos, quando sua bisavó, Maria Paula, prometeu que faria anualmente uma homenagem a Santo Antônio caso seu filho, nascido doente, em 12 de junho, se recuperasse. Essa criança, informa Zimá, é o mestre Pai Antônio, do Caxambu Novo Horizonte, já falecido. A festa costuma reunir cerca de 500 pessoas. 

A diretora de comunicação do grupo destaca também que a falta de transporte não é o único problema na política cultural da cidade, já que o edital da Paulo Gustavo, cuja expectativa de abertura era no final de 2023, ainda nem foi lançado. Além disso, no ano passado a gestão municipal perdeu recurso do Fundo a Fundo, por não ter enviado a documentação a tempo para a Secretaria Estadual de Cultura.


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