Mais: Lia canta com Eloá; 1º Festival de Artes Cênicas; Encontro de Mulheres do Underground
No Dia Internacional da Mulher, nada melhor do que destacar as atividades culturais protagonizadas por mulheres, sejam elas do Espírito Santo ou de outros estados, mas que fazem parte da agenda de eventos a serem realizados por aqui. No dia 21 de março quem marca presença pelas bandas de cá é a cirandeira pernambucana Lia de Itamaracá, no Teatro Universitário da Ufes.

Seu show será aberto por outra grande mestra da cultura popular: Maria Laurinda Adão, liderança da comunidade quilombola de Monte Alegre, em Cachoeiro de Itapemirim, no sul do Espírito Santo. No evento, ela estará com o Caxambu Santa Cruz. As atrações, que fazem parte do Festival Reencontros, são gratuitas. A retirada do ingresso deve ser realizada a partir desta segunda-feira (10), no link.
Bem-vinda de novo e sempre!

Lia de Itamaracá demorou para vir ao Espírito Santo, mas para nossa sorte, agora tem vindo com frequência. Sua primeira vez em nosso Estado foi em 2023, quando foi homenageada no CineMarias. Em 2024 voltou para o Pocar Festival, em Conceição da Barra, no extremo norte. A participação no Festival Reencontros será sua terceira apresentação no Espírito Santo. Que venha mais vezes, será sempre bem-vinda!
Quem é Lia
Patrimônio vivo do estado de Pernambuco, Lia de Itamaracá é reconhecida por sua atuação como divulgadora da ciranda no Brasil e no exterior. Seu contato com a música se deu por meio dos folguedos católicos celebrados na Ilha de Itamaracá. Ela gravou seu primeiro disco, o LP Rainha da Ciranda, em 1977. Em 2000, lançou o segundo, Eu sou Lia. A partir daí, conquistou projeção internacional, com turnês na Europa e músicas sampleadas por DJs. Completam a sua discografia os álbuns Ciranda de Ritmos (2008), com incursões no frevo, coco e maracatu, e Ciranda sem Fim (2019), produzido pelo DJ Dolores.
Maria Laurinda

Liderança da comunidade quilombola de Monte Alegre, em Cachoeiro, Maria Laurinda Adão comanda, entre outras atividades, a Festa Raiar da Liberdade, desde 1961, quando tinha 18 anos. O evento, que comemora a abolição da escravatura, acontece desde 1888. Maria Laurinda destaca-se nacionalmente e internacionalmente como defensora da cultura negra e quilombola. Além de ativista, é mestra de Caxambu, parteira, coveira e líder espiritual. Ela recebeu em 2008 o título de “Patrimônio Cultural do Brasil”, do Iphan. Sua história também foi eternizada no documentário Todas as faces de Maria, em 2011.
Lia e Eloá

Lia de Itamaracá também mostra seu talento no single Ciranda do Albatroz, que faz parte do projeto Sotaques, que celebra a diversidade da música brasileira e é realizado pelo duo Serelepe e a Pop&Jazz Orquestra. Ela une a sua voz com a da artista do Espírito Santo Eloá Puri, indígena. Ciranda do Albatroz tem influência percussiva do Candomblé e das manifestações populares nordestinas. A música pode ser escutada aqui.
Festival de Artes Cênicas

Outra mulher que tem se destacado é a atriz Verônica Gomes. Com a sua direção e realização da Teatro Du Beco Produções, será realizado o 1º Festival de Artes Cênicas do Teatro Du Beco – Edição 2025, de 24 a 27 de abril, no Palácio Sônia Cabral, na Cidade Alta. Durante o evento haverá seis apresentações, que englobam companhias de teatro, dança e circo, que serão selecionadas por uma comissão. As inscrições abrirão nesta segunda-feira (10). Os interessados devem se inscrever enviando release, fotos e desenho de luz para o e-mail [email protected].
Festival de Artes Cênicas II
Os selecionados para se apresentar no 1º Festival de Artes Cênicas do Teatro Du Beco – Edição 2025 ganharão R$ 1 mil e troféu. Somente artistas do Espírito Santo podem se inscrever. Mas a ideia é, no futuro, ultrapassar as fronteiras e se tornar um evento nacional. Verônica recorda que, na década de 90, criou o Festival de Monólogos do Espírito Santo, que depois passou a ser Festival de Monólogos Latino Americano, interrompido pela pandemia da Covid-19. “O Espírito Santo tem vocação para os festivais”, diz. Para a realização do 1º Festival de Artes Cênicas do Teatro Du Beco – Edição 2025 está sendo realizada uma vakinha. Quem puder ajudar pode acessar o link.
Mulheres do Underground
As produtoras do Underground Capixaba Carol Corres, Juliana Novaes e Thays Ferreira realizam, no dia 22 de março, o I Encontro de Mulheres do Underground, um espaço de valorização e fortalecimento das mulheres na cena independente capixaba. Uma das etapas são as rodas de conversa, no dia 22 de março, no Centro Cultural Frei Civitella Del Tronto, em Campo Grande, Cariacica, e contará com duas mesas de debate. Uma delas é Políticas Públicas – Mulheres e Direitos Fundamentais. A outra, Mulheres e Trajetórias – Mulheres e Resistências.
Oficinas
O Encontro de Mulheres do Underground tem outras duas fases. Uma é a das oficinas, gratuitas, cujas inscrições podem ser feitas no link e que serão realizadas no Centro de Referência das Juventudes (CRJ) de Cariacica, em Castelo Branco. As vagas são limitadas a 15 participantes em cada uma. Três oficinas estão com inscrições abertas. Uma delas é a de Graffiti, com Chama.Amanda, nos dias 10, 17, 20 e 29 de março. A outra é de Lambe-Lambe, com Luara Monteiro, nos dias 18, 19, 20 e 22 de março. Por fim, a de Escrita Criativa, ministrada por Ida Borchardt, nos dias 14, 21 e 22 de março. Todas oficinas serão das 14h às 16h.
Apresentações culturais
A terceira fase do I Encontro de Mulheres do Underground será a de apresentações culturais, no dia 29 de março, com Rap, Hip Hop, MPB, Rock e subgêneros, com protagonismo feminino. Durante as performances, um mural artístico será criado por meio do graffiti, representando a memória e a presença das mulheres na cultura capixaba.
Até a próxima coluna!
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