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Pedido de registro do Congo como Patrimônio Cultural é entregue ao Iphan

Bandas do Estado destacam que medida garante mais visibilidade e valorização à manifestação cultural 

A tarde desta quarta-feira (26) foi de comemoração para as bandas de Congo do Espírito Santo. É que foi entregue ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), o pedido de registro do Congo como Patrimônio Cultural do Brasil, feito 10 anos após começarem as iniciativas para sua concretização. 

Iphan

Para isso, foi realizado um levantamento preliminar das referências culturais do Congo e um Termo de Execução Descentralizada com a Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes).

A instituição de ensino produziu materiais audiovisuais e um dossiê detalhado sobre o Congo, concluído em 2021 e apresentado aos detentores dos saberes dessa tradição em um seminário de devolutivas. Agora, o pedido de registro e o dossiê irão passar por uma análise e ir para a Câmara Técnica, depois, para o Conselho Consultivo, que tomará a decisão.

A solenidade de entrega do pedido de registro foi na Superintendência do Iphan no Espírito Santo, localizada no Centro de Vitória. Estiveram presentes associações que representam a manifestação cultural nos municípios de Cariacica, Fundão, Guarapari, Serra e Vila Velha, na Grande Vitória, além de representantes da Federação das Bandas de Congo do Espírito Santo. Também participaram o superintendente regional do Iphan no Espírito Santo, Joubert Filho, e a equipe técnica.

Mestre Jeffinho, presidente da Associação das Bandas de Congo de Roda d’Água, em Cariacica, acredita que a obtenção do registro será “uma valorização para cada banda, para cada mestre que lutou para o congo permanecer vivo nas comunidades”.

“É um reconhecimento que pode nos auxiliar a conseguir apoio tanto das empresas quanto do poder público, auxiliando para obter indumentária, instrumentos, fazer apresentações em lugares como escolas e universidades, pois ainda somos muito discriminados”, destaca.

Ele informa que existem mais de 70 bandas de congo espalhadas por diversos municípios capixabas. “Queremos manter viva uma tradição deixada pelos nossos antepassados”, afirma.

A coordenadora da Banda de Congo Tambor de Jacarenema, em Vila Velha, Marina Sampaio, acredita que o pedido de registro é “um ponto de partida para o Congo ser mais visado”. “A gente ainda está escondido dos olhares dos nossos governantes”, alerta, destacando que é preciso mais apoio financeiro e, inclusive, editais de cultura específicos para as bandas de Congo.

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