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Quais as propostas dos candidatos para a cultura em Vitória?

Treze candidatos disputam a prefeitura da capital, epicentro das manifestações artísticas e culturais do Estado

A cultura é um dos temas que vêm sendo abordados pelas candidaturas à prefeitura, sobretudo na capital Vitória, que possui maior concentração de atividades culturais e artísticas no Espírito Santo, que tanto contribuem pra movimentar a economia da cidade.

Recompilamos as propostas apresentadas nos planos de governo apresentados pelos candidatos ao comando da cidade para os próximos quatro anos, para que o eleitor possa ter uma dimensão, organizando-as conforme os últimos resultados de pesquisa do Ibope, que apontam empate entre Fabrício Gandini (Cidadania) e João Coser (PT), seguidos dos demais candidatos.

FABRÍCIO GANDINI (Cidadania)

Gandini fala em articular arranjo com a iniciativa privada para apresentar projetos culturais que possam buscar patrocínios dessas empresas. Menciona criação de um calendário de circuitos e festivais, potencializar o Centro Histórico, criar e difundir roteiro turístico histórico e cultural, incluindo novas ferramentas e tecnologias como a realidade aumentada. Cita o Mercado da Capixaba, Museu Capixaba do Negro (Mucane), Biblioteca Pública Municipal e o galpão das Paneleiras como espaços a terem garantia de recuperação, manutenção e valorização.

Outra proposta fala em incluir Cinema, Arte Digital e Artes Plásticas entre os cursos oferecidos pela Fafi, faculdade pública municipal, que é citada apenas em seu plano de governo. Menciona ainda garantir a lisura dos processos públicos de seleção, incentivar a ocupação cultural em espaços públicos “de forma organizada” e “definir todas as áreas de interesse cultural da cidade”.

JOÃO COSER (PT)

Por outro lado, João Coser entra no páreo com um programa que traz dois eixos voltados para a cultura. No primeiro, chamado “Circuito Cultural – Conexão Arte-Vitória”, aborda que a desigualdade social também se reflete na desigualdade de acesso a bens culturais. Lista uma série de possibilidades para garantir a multiplicidade e diversidade de expressões culturais por meio da articulação de uma série de iniciativas em um circuito cultural que atinja todas as regiões da capital, buscando valorizar a diversidade com atenção às culturas tradicionais, grupos étnicos, mulheres, negros, comunidade LGBTQI+ e pessoas com deficiência.

O ex-prefeito se compromete a conceder bolsas para pesquisa, apoio à difusão e produção de bens e serviços culturais a coletivos ou grupos ligados à diversidade, por meio de editais. No eixo “Vitória Criativa”, o programa de Coser fala no incentivo à “economia da cultura”, propondo ações para valorizar o empreendedorismo, como a estruturação de um observatório da economia criativa e lançamento de editais para bolsas de pesquisa e parceria com universidades, Ifes e outras entidades de pesquisa, assim como apoio a incubadoras de cultura e arte para consolidar as cadeias produtivas em torno da cultura, com destaque para as escolas de samba.

DELEGADO PAZOLINI (Republicanos)

O atual deputado estadual Delegado Pazolini (Republicanos), pontua que a cultura é fonte de renda e também “uma forma plena do desenvolvimento humano”, com impacto em várias áreas sociais. Sua primeira proposta é bastante genérica: “Desenvolver a cultura como instrumento para geração de renda”. Em seguida apresenta outras três: criar festivais culturais em todas regiões da cidade, com apresentação de artistas locais; criar o Centro Municipal de Cultura no Teatro Carmélia, prometendo reforma do local e implantar uma gestão para o espaço; e preservar o patrimônio histórico arquitetônico, urbanístico e paisagístico para valorizar a história e explorar aspectos sociais, econômicos e turísticos.

NEUZINHA (PSDB)

A vereadora Neuzinha (PSDB) apresenta seu plano de governo para as eleições do Executivo prometendo consolidar fóruns setoriais e participação nos conselhos municipais de cultura e firmar parcerias com o setor privado. Entre as propostas fala em consolidar o calendário artístico de ocupação do Theatro Carlos Gomes, embora este seja de gestão estadual e deve estar em obras de reforma nos próximos anos.

O programa de Neuzinha fala em fortalecer festivais e mostras de cinema e mídias digitais, garantir proteção do patrimônio material e imaterial, promover eventos culturais e elaborar programas de inclusão para pessoas com deficiência nos diversos processos da cadeia cultural. Promete ainda implementar a Cidade do Samba.

CAPITÃO ASSUMÇÃO (Patriota)

Candidatura com o DNA bolsonarista, Capitão Assumção (PATRI) apresenta uma série de propostas ligadas à “revitalização” do Centro de Vitória. Também coloca como central a reestruturação do Carnaval de Vitória, sugerindo o fomento à profissionalização e formação de gestores e programas de geração de renda para as agremiações, com intuito de que tenham maior independência do repasse de recursos públicos.

Propõe também Parcerias Público-Privadas para estruturação de “opções atrativas de diversão para a Capital”, com sugestão de rodas gigantes panorâmicas, teleféricos. Fala da relação entre turismo e cultura, com valorização de fatos, contos e histórias de locais tradicionais e turísticos, melhoria do atendimento e recepção em toda cadeia de turismo.

SÉRGIO SÁ (PSB)

O atual vice-prefeito Sérgio Sá (PSB), que lançou candidatura própria e rompeu com Luciano Rezende, também apresenta um eixo voltado à economia criativa, que aponta para a implementação de programas locais de apoio e elaboração de um Plano Estratégico para o setor, com objetivo de fortalecer a criatividade e inovação. No eixo especificamente destinado à cultura, também fala no fomento à “indústria criativa” e no fortalecimento do Carnaval de Vitória, em vistas de que funcione de maneira “profissionalizada e autossustentável”, ampliando as parcerias com a iniciativa privada. Promete ainda construir a Cidade do Samba para atender à demanda das escolas de samba.

Por último, aponta para a implementação de projetos culturais que “evidenciem e valorizem a história e a identidade da cidade e do povo capixaba”, sem especificar mais detalhes.

MAZINHO (PSD)

O programa do vereador Mazinho dos Anjos, candidato à prefeito pelo PSD, não possui um eixo que aborde diretamente a cultura, mencionando eventualmente equipamentos culturais numa perspectiva de fomentar o turismo. No plano, fala em tornar o galpão das Paneleiras de Goiabeiras um produto para o “turismo de experiência” e na concessão do Mercado de São Sebastião e no Mercado da Capixaba para parcerias público-privadas. Um ponto que se pode destacar também é a promessa de criar “uma Secretaria de Turismo e Cultura forte”, que aponta para o fim de uma secretaria exclusiva para cultura, que pelo plano de governo indica que estaria fortemente inclinada ao turismo, algo que provavelmente geraria manifestações contrárias da classe artística.

NAMY CHEQUER (PCdoB)

Entre as propostas de Namy Chequer, ex-vereador e candidato pelo PCdoB, destacam-se quatro ligadas à cultura que aparecem no eixo “Paisagem e Patrimônio”. Entre elas a promoção de políticas públicas para renovação de edifícios históricos, aperfeiçoamento de programas de educação patrimonial, realização de inventário de bens culturais a serem preservados e identificação e mapeamento de territórios de cultura tradicional para salvaguardar o patrimônio cultural.

Em outros eixos, também fala em assegurar às bibliotecas públicas e privadas o acesso às tecnologias assistivas, ampliação do acesso a serviços e bens culturais e condições de financiamento para produção artística para as pessoas idosas, e na ampliação da oferta de serviços para crianças e adolescente em equipamentos como Cajuns, Centro de Referência da Juventude, Odomodê e Casa da Juventude, que trabalham, entre outros serviços, com atividades culturais.

CORONEL NYLTON (Novo)

Coronel Nylton, candidato do Novo, considera que a atual gestão da prefeitura “praticamente abandonou qualquer estratégia efetiva para seu desenvolvimento, seja em dimensões simbólicas, cidadãs ou até mesmo como perspectiva de contribuir para o desenvolvimento econômico”, acusando também de descuido com o patrimônio histórico, arquitetônico e imaterial da cidade. Critica também a inatividade da Lei Rubem Braga por cinco anos, tendo sido retomada em 2020.

O programa do Novo fala em democratizar a cultura, incentivar a produção local e as manifestações tradicionais, além de reconhecer “a transversalidade da cultura em seus aspectos educacionais, econômicos, turísticos, na segurança, entre outros”. Apresenta como primeira proposta a criação do programa “Cultura no Bairro” para fortalecer artistas locais. Também fala em incentivar a recuperação do patrimônio histórico junto às comunidades.

Em seguida, Nylton apresenta quatro propostas para a cultura: a ampliação das opções de lazer, com melhoria na infraestrutura dos bairros e fomento de atividades esportivas e culturais; a valorização das manifestações artísticas e culturais locais, a valorização de espaços históricos e culturais como Mercado de São Sebastião, Mercado da Capixaba, Biblioteca Pública Municipal, Paneleiras de Goiabeiras; a ampliação do diálogo.

GILBERTINHO CAMPOS (PSOL)

O programa de cultura apresentado pela candidatura encabeçada por Gilbertinho Campos (Psol), aponta que a capital centraliza as mobilizações culturais na região metropolitana, necessitando de uma política cultural “abrangente e solidária”, que sirva de modelo para outros municípios e vitrine das expressões culturais do Estado. É o único a mencionar a importância de “fazer valer” o Plano Municipal de Cultura, aprovado para o período 2014-2024, como fruto dos debates e propostas da sociedade civil para o setor. Dele, ressalta a importância de fazer cumprir a proposta de criação de um fórum metropolitano de cultura que reúna gestores, produtores, artistas e outros agentes culturais.

Propõe a criação do edital “Prêmio Acesso Cultural”, com foco de fortalecer agentes culturais das regiões periféricas da cidade, e o projeto “Troca de Saberes”, para promover parcerias entre artistas com carreira consolidada e artistas periféricos. Menciona a criação de um Núcleo de Produção Audiovisual e um Núcleo Arte Tecnológica e Inovação, previstos para 2018 mas ainda não efetivados, e criação da Companhia Municipal de Dança.

Entre as propostas do Psol, estão a reforma e reabertura de diversos espaços, como Teatro Carmélia, Mercado da Capixaba, Mercado de São Sebastião e Espaço Design, além da modernização, revitalização e promoção da acessibilidade em todos espaços públicos de cultura. Em relação ao Carnaval de Vitória, além de mencionar o apoio às escolas de samba, também cita a necessidade de suporte aos blocos que fomentam o carnaval de rua na capital.

ERON DOMINGOS (PRTB)

O candidato Eron Domingos (PRTB) reúne algumas propostas em torno do eixo Lazer, Cultura, Turismo e Empreendedorismo, entre as quais “apoiar as tradições culturais”; “criação de um complexo cultural, que demandaria a suspensão das pontes de Camburi e Ayrton Senna”, sem explicar mais a fundo; e criar feiras culturais para os artistas apresentarem e exporem seus trabalhos.

RAPHAEL FURTADO (PSTU)

No eixo “Cultura e Esporte” do programa de governo de Raphael Furtado (PSTU), é mencionada a necessidade de se pensar essas questões a partir dos territórios, apontando a falta de aparelhos culturais para a população em diversos espaços. Propõe espaços de integração geridos pelos conselhos populares de cada bairro ou região, com profissionais concursados na área de cultura e arte para atuar nos locais e apoiar a auto-organização. Sugere que esses espaços possam ser integrados com a prática esportiva sob supervisão de profissionais também concursados. Tais espaços seriam propícios para a população se organizar, com disponibilidade de salas de reunião, e receber serviços de assistência social.

HALPHER LUIGGI (PL)

Halpher Luiggi, candidato do PL ao Executivo, aponta como ponto de seu programa “Turismo com vetor econômico e valorização da cultura e costumes”. Nas referências que faz à cultura, menciona “adotar providências junto ao governo do estado” para conclusão das obras do Cais das Artes, “visando a intensificação do turismo de cruzeiros”. Fala em “requalificar o Centro de Vitória” e apoiar a restauração do Mercado da Capixaba. Também menciona o fomento a parcerias público-privadas para criar circuitos de turismo cultural e gastronômico nas comunidades e morros de Vitória.

Ele propõe ainda incentivar o uso de praças e parques para atividades culturais e também criar o Centro de Memória do Capixaba, em formato digital para contribuir com resgate e preservação da memória e tradições de Vitória.

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