Assassinatos de crianças e adolescentes representam 30% das mortes em abril
As discussões em torno da redução da maioridade penal que vêm sendo feitas em todo o País deixam de lado um elemento importante: os mais jovens são as principais vítimas da violência. O extermínio desta parcela da população, no entanto, não vai ser resolvido com a redução da maioridade penal, nem com a política de repressão, e sim com investimentos na área social, em saúde, educação, promoção da dignidade e autonomia desses jovens, as chamadas políticas preventivas.
É o que afirma o coordenador do Fórum Estadual da Juventude Negra (Fejunes), Luiz Inácio Silva da Rocha, o Lula. Ele comenta que a percepção dos movimentos sociais é que, quando o número de homicídios diminui, a redução é ínfima. “Se o governo persistir nesse modelo de segurança que preza pela repressão, não vai haver mudança significativa no número de mortes”, setencia.
Lula afirma, ainda, que no patamar em que a violência contra crianças e adolescentes, a redução, quando há, é insignificante, já que representa um ou dois pontos na estatística. “Infelizmente, pela movimentação atual, a possibilidade é que as mortes de crianças e adolescentes permaneçam altas no próximo mês”.
Do dia 1 de abril até esta segunda-feira (22), dentre as ocorrências com idade presumida da vítima disponibilizadas no site da Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp), foram assassinadas 31 pessoas com idades entre zero e 19 anos – idade que engloba as faixas etárias de crianças e adolescentes, segundo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) – dentre os 97 homicídios ocorridos no período.
No ano, até esta segunda-feira, foram 125 assassinatos de crianças e adolescentes, de um total de 529 mortes violentas. Considerando as mortes até o dia 22 de abril, a projeção é que em 2013 sejam assassinadas 407 pessoas com idade entre zero e 19 anos, o que representa uma taxa aproximada de 36 mortes violentas por grupo de 100 mil habitantes.
A taxa projetada para 2013 já é maior do que aquela consolidada para o Estado pelo Mapa da Violência 2012 – "Crianças e Adolescentes do Brasil". De acordo com o estudo, em 2010, a taxa de homicídios ficou em 33,8 mortes por 100 mil, colocando o Estado na segunda posição do ranking nacional de mortes violentas, atrás apenas de Alagoas.
Ainda segundo o Mapa, Vitória é a segunda capital mais violenta do País nesta faixa etária, com 76,8 homicídios de crianças e adolescentes por 100 mil habitantes. O índice é mais de seis vezes maior do que o do Sudeste, que ficou em 12 e o triplo do País, que é de 24,4 homicídios por 100 mil.
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