A greve dos bancários entrou na terceira semana nesta segunda-feira (30), com 243 agências fechadas em todo o Estado, sendo 145 na Grande Vitória e 98 no interior. Também continuam fechados oito departamentos da Caixa Econômica Federal, o Banco de Desenvolvimento do Estado (Bandes), o Centro de Processamento de Dados do Banestes e o Banco do Brasil da Praça Pio XII.
Na região metropolitana não estão em funcionamento 34 agências da Caixa Econômica, 47 do Banestes e 37 do Banco do Brasil. No interior, são 31 agências da Caixa, oito do Banestes, 42 do Banco do Brasil e quatro do Banco do Nordeste. Entre os bancos privados, 40 agências estão fechadas, sendo 15 do Santander, cinco do Bradesco, 16 do Itaú, duas do HSBC, uma do Banco Mercantil do Brasil e uma do Safra.
Também nesta segunda-feira bancários, funcionários dos Correios e trabalhadores do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA) realizam um ato conjunto na Praça Pio XII, no Centro de Vitória.
Os trabalhadores bancários e dos Correios lutam por melhores condições de trabalho, com reivindicações como aumento salarial, plano de cargos e salários, além de contratações de mais funcionários. Já os trabalhadores do campo antecipam as reivindicações que serão apresentadas na Jornada Nacional de Luta do MPA, que acontecerá entre 14 e 16 de outubro.
Eles cobram do governo do Estado mais crédito para estruturação das propriedades camponesas, política de preservação e recuperação de nascentes, além de captação e recuperação de água das chuvas, desburocratização dos projetos de reflorestamento, combate ao uso dos agrotóxicos, combate aos monocultivos, reforma agrária e políticas de preço mínimo para a produção agrícola camponesa, em especial para a produção do café.
Os trabalhadores dos Correios reivindicam reajuste de 15% e reposição da inflação. A pauta da Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios e Telégrafos e Similares (Fentect) também pleiteia uma reposição de 20% das perdas salariais acumuladas de 1994 a 2002, a reparação e o aumento linear de R$ 200, o adicional noturno, a antecipação da gratificação natalina, horas extras, anuênio e a não privatização da Empresa Brasileira de Correios e Telégrados (ECT).
Já os bancários reivindicam reajuste de 11,93%, que corresponde a 5% de aumento geral mais inflação projetada de 6,6%; Participação nos Lucros e Resultados (PLR) de três salários mais R$ 5.553,15; piso salarial de R$ 2.860,21, que é o piso do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese); auxílios alimentação, refeição, 13ª cesta e auxílio-creche ou babá no valor de R$ 678 ao mês para cada, equivalente ao salário mínimo.
As duas categorias também têm reivindicações acerca das condições de trabalho. Os bancários pleiteiam o fim das metas abusivas e do assédio moral que adoece os bancários; fim das demissões; mais contratações; aumento da inclusão bancária; combate às terceirizações, especialmente ao Projeto de Lei (PL) 4330/04 que precariza as condições de trabalho, além da aplicação da Convenção 158 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), que proíbe as dispensas imotivadas.
Já os trabalhadores dos Correios pleiteiam a redução da jornada de trabalho dos atendentes para seis horas; segurança nas agências, e entregas de correspondências pela manhã. Os trabalhadores também cobram a realização de concurso público e defendem o plano de saúde para a categoria, sem modificações.