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Pastoral aponta descaso do governo com população de rua e se retira de GT

O grupo não reverteu a situação de vulnerabilidade das pessoas em situação de rua durante a pandemia 

A Pastoral do Povo de Rua da Arquidiocese de Vitória anunciou nesta quarta-feira (1) sua saída do Grupo de Trabalho (GT) Intersetorial do Governo Estadual, que conta com representantes do poder público e da sociedade civil. O motivo, segundo o coordenador Júlio César Pagotto, é que as ações do GT não reverteram em praticamente nada a situação de vulnerabilidade das pessoas em situação de rua durante a pandemia da Covid-19.

Com a saída da Pastoral, o Círculo Palmarino, o Fórum Capixaba de Lutas Sociais e o Fórum de Educação de Jovens e Adultos também se retiram do GT, já que atuavam em conjunto com a Pastoral na representação da população de rua. Júlio relata que, desde abril, quando a Pastoral ingressou no GT, o governo Renato Casagrande afirmou que iria repassar verba para as prefeituras com foco específico na população de rua, o que não aconteceu até hoje. 

O coordenador da Pastoral explica que o poder público estadual estabeleceu metas para os municípios na atuação com foco na população de rua, levando em consideração questões como alimentação, higiene e abrigamento. Caso os municípios atingissem a meta, deveriam elaborar um plano de trabalho, sendo beneficiados com verba estadual para sua execução.
O Governo do Estado encaminhou a proposta para os municípios de Vitória, Vila Velha, Cariacica, Serra, Cachoeiro de Itapemirim e São Mateus, porém, somente Vila Velha, Cariacica e Cachoeiro aceitaram. Entretanto, conforme relata Júlio, o dinheiro ainda não foi liberado. O coordenador da Pastoral acredita que não é possível prosseguir no GT, se as políticas não chegam ao seu público alvo. 
“Permanecer seria, de certa forma, uma conivência com o que está acontecendo”, desabafa. Ele salienta que outras ações que deveriam ser feitas também estão sendo deixadas de lado, como a testagem de pessoas em situação de rua. Nos municípios, a situação também é de descaso, como na Serra, onde o Centro Pop não abre aos finais de semana. “Falta vontade política. A população de rua não é prioridade para o Governo do Estado nem para as prefeituras”, critica Júlio. 
Ele relata que, contando com a verba prometida pelo Governo do Estado, a Prefeitura de Cariacica já contratou uma Organização Não Governamental (ONG) para prestar assistência emergencial para a população em situação de rua. Segundo o voluntário da Pastoral, Marco Romanha, a ONG contratada foi a Instituição Adventista de Educação e Assistência Social Brasileira (ADRA), que alugou o espaço do Reame, um projeto social que funciona no bairro Cruzeiro do Sul, para possibilitar higienização e quatro refeições diárias, de segunda a sexta, para a população de rua.

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