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Venda do Banestes foi alvo de controvérsia na campanha de Hartung

A possibilidade de venda do Banestes gira em torno do governador Paulo Hartung (PMDB) desde o seu mandato anterior e invadiu até mesmo o debate eleitoral em 2014. No último pleito, o peemedebista entrou numa polêmica após ter declarado que firmou o compromisso pela manutenção do banco público e estadual, mesmo sem ter assinado formalmente o termo junto ao comitê. Em 2009, Hartung participou das negociações frustradas para venda do Banestes para o Banco do Brasil, que novamente está autorizado para ir ao mercado atrás de aquisições.

Está em vigor a Medida Provisória (MP 695/2015), que autoriza o BB e a Caixa a adquirirem participação em instituições financeiras. O texto já foi aprovado pelo Senado Federal. Apesar das reiteradas negativas do atual governo em relação às especulações sobre negociações, o atual cenário reacende a possibilidade de uma nova investida dos dois principais bancos públicos federais para compra do Banestes.

Para o Sindicato dos Bancários no Espírito Santo (Sindibancários/ES), a conjuntura atual é parecida com a de sete anos atrás. O coordenador-geral da entidade, Jessé Alvarenga, citou que os dois governos são os mesmos – tanto o PT em âmbito federal e Hartung no Palácio Anchieta. “Estamos num momento de ataques a direitos e ao patrimônio público em todo País. Tivemos recentemente, em 2015, a tentativa de abertura de capital da Banestes Seguros”, citou.

Em julho passado, o governo fez a contratação, sem licitação, de uma empresa para prestação dos serviços de consultoria e assessoria técnica, econômica e negocial com o objetivo de estudar formas de concretizar a abertura do capital da Banestes Seguros. Em outras palavras, o objetivo da gestão Hartung é vender parte ou a totalidade da seguradora, que teve um lucro líquido de R$ 20,08 milhões em 2015.

Ativos valorizados

Além da rede física nos 78 municípios capixabas – uma vantagem comparativa em relação às demais instituições financeiras –, o banco projeta um cenário de lucro para 2016, mesmo com as incertezas em relação ao futuro da economia. No ano passado, o Banestes teve um lucro de R$ 150,9 milhões e um avanço de quase 20% nos ativos totais (R$ 18,1 bilhões) em relação a 2014.

Dos indicadores previstos para 2015, somente a carteira de crédito que teve retração (-9,2%), sobretudo com a menor elevação na modalidade consignado (projeção era de alta entre 6% e 9%, enquanto foi realizado 5%). Ainda assim, a carteira de crédito imobiliário – que foi recentemente instituída no banco – teve uma expansão de 65,1%, enquanto a previsão era de 51% a 54% no ano passado.

Para este ano, a direção do banco espera uma ampliação da carteira de crédito entre 4 a 8%, além da expansão dos depósitos de 5 a 9%, um dos indicadores que mostram a saúde de uma instituição financeira.  Em paralelo, as agências de classificação de risco consideram o Banestes como seguro para realização de investimentos. No ano passado, a LFRating elevou a nota do banco para A+ com perspectiva neutra, enquanto a Fitch Ratings manteve a mesma nota (A+).

No ano de 2009, o governo do Estado abriu negociações com o Banco do Brasil, mas a transação não deu certo após uma mudança na direção do banco federal. Na época, Hartung citou incertezas sobre o cumprimento de promessas, como a manutenção das agências no interior, dos trabalhadores do banco e das linhas de crédito existentes. Coincidentemente, naquela ocasião, o secretário que participava das negociações era Guilherme Dias, então titular da pasta de Desenvolvimento e que hoje está à frente do Banestes.

Desde então, o Banestes lançou novos produtos, como a bandeira de cartão própria, o Banescard, que foi responsável por um faturamento de R$ 1,26 bilhão em 2015, uma alta de 10,3% em relação a 2014. Para ilustrar o crescimento de importância do cartão, o Banescard teve um faturamento de R$ 813,8 milhões no ano de 2013. Para este ano, a direção do banco projeta um crescimento de 6% a 10% no faturamento com o seu próprio cartão.

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