Sexta, 19 Abril 2024

Professores traçam estratégias de mobilização contra retorno das aulas presenciais

sala_deaula_sedu Sedu

O Coletivo Educação pela Base, Coletivo Educadores pelo Socialismo e Professores Associados pela Democracia em Vitória (PAD-Vix) reuniram cerca de 600 profissionais em plenária virtual nessa segunda-feira (28), para deliberar ações de mobilização contra o retorno das aulas presenciais no ensino fundamental e médio anunciado pelo governo do Estado. Entre os encaminhamentos, estão a realização de carreata, pressão aos parlamentares do Estado e ações judiciais contra a gestão Renato Casagrande.

O integrante do Coletivo Educação pela Base, Antônio Barbosa, aponta que uma das medidas é reivindicar que os conselhos de escola se manifestem contra o retorno presencial, assim como os municipais e estadual de educação. Segundo ele, o Conselho Estadual de Cultura já se posicionou, por meio de moção, ressaltando aspectos como o alinhamento entre cultura e educação e as orientações da Organização Mundial de Saúde (OMS), do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) para manter "todas as escolas fechadas durante o ano de 2020, para garantia da segurança de alunos, professores, comunidade escolar e de toda a sociedade capixaba diante da pandemia de coronavírus".

Os professores também aprovaram a iniciativa de mover ações judiciais para impedir as aulas presenciais. "O Sinpro [Sindicato dos Professores do Estado (Sinpro) falou que vai entrar. O Sindiupes [Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Espírito Santo] diz que vai analisar. Nós apoiamos a busca pelos meios legais para a decisão do governo ser revogada", diz Antônio.

Os professores decidiram, ainda, pela realização de plenárias regionais para alcançar o maior número de professores possíveis de todo o Estado. "Na plenária de segunda teve professores de todo o Estado, mas queremos fazer as plenárias regionais para descentralizar as discussões", afirma Antônio. 

As redes sociais serão um instrumento de mobilização, como ele relata. "Vamos atuar nas redes em campanhas para sensibilizar a comunidade escolar e toda a sociedade". Os professores também se articulam em torno da necessidade de um posicionamento mais efetivo por parte do Sindiupes durante a pandemia. Em relação a isso, os trabalhadores irão fazer atos em frente à entidade reivindicando realização de assembleias para debater uma possível greve da categoria. "Durante toda a pandemia, não foi feita nenhuma assembleia", denuncia.

Vereadores e deputados estaduais também serão contatados pelos professores. "Vamos fazer igual na votação do Fundeb [Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação], lotar caixa de email e mandar mensagem pelo WhatsApp para que se manifestem contra o retorno das aulas presenciais", relata Antônio, que afirma que está prevista a realização de uma carreata. 

O retorno ao ambiente escolar foi autorizado pelo governo do Estado nos municípios classificados como risco baixo no Mapa de Risco a partir do próximo dia cinco para a rede privada e no dia 13 para as redes públicas estadual e municipais,.

Segundo o 24º Mapa de Risco da Covid-19, somente três municípios não atendem a essa condição: Montanha, Piúma e São José do Calçado, que estão em risco moderado. "Se eles migrarem pra risco baixo, poderão ter essa opção de atividades presenciais", ressalvou Casagrande, enfatizando que "as evidências científicas apontam risco baixo para o retorno das aulas, se todos seguirem os protocolos".

O ensino médio será o primeiro a voltar na rede pública, com metade dos alunos na primeira semana e a outra metade na semana seguinte. 
Feita uma avaliação do impacto, retorna o fundamental 2, também em duas etapas; seguido do fundamental 1; e por último, a educação infantil, esta, porém, de forma diferente, apenas com pequenos grupos de crianças por vez. Todo o processo deve durar seis semanas. 

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