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‘ES deve viver segunda onda nos próximos 90 dias’, afirma secretário de Saúde

Nésio Fernandes defende a possibilidade de reabrir escolas “no interstício entre as duas grandes ondas”

“Nós vamos viver uma segunda onda de casos no Espírito Santo, é muito possível. Eu tenho dito isso desde abril. É possível que a segunda onda ocorra no final deste ano. E é no interstício entre uma onda e outra que as atividades vão ter que retornar, pois existe um baixo risco de transmissão”. 

A afirmação foi feita pelo secretário de Estado da Saúde, Nésio Fernandes, durante live realizada pelo Laboratório de Gestão da Educação Básica da Universidade Federal do Espírito Santo (Lagebes/Ufes) e pela Frente Popular em Defesa do Direito à Educação, na noite dessa quarta-feira (23). 


“É possível discutir de maneira muito tranquila a possibilidade de um retorno parcial das atividades escolares nesse interstício entre a primeira onda e a possibilidade de em 90 dias viver a segunda onda”, defendeu o secretário. “E não é porque voltaram ou não 15% dos alunos ou 25%, dentro de protocolos e medidas sanitárias de proteção, que reduzem o risco, que vai deixar ou não de ter uma segunda onda”, argumentou, explicando que a segunda onda não é caracterizada pelo aumento do número de casos confirmados.

“Nós vamos ter agora no Espírito Santo um aumento de casos positivos, eu avisei isso na segunda-feira, porque nós modificamos o critério de testagem”, relembrou, referindo-se à ampliação da testagem no Estado.

Antes voltada para pessoas com mais de 45 anos e com comorbidades, a testagem agora será feita em todas as pessoas sintomáticas, independentemente da idade e existência de doenças pré-existentes. Além disso, relembrou, será feito o censo sorológico da rede estadual, testando 17 mil trabalhadores, e o inquérito sorológico das demais redes, municipais e particular, com mais seis mil alunos e professores. “Nas próximas quatro semanas vamos ter uma explosão de casos no Espírito Santo, porque nós aumentamos de maneira estratosférica a capacidade de testagem”, disse.

Essa ampliação, prosseguiu, vai reduzir a letalidade, porque o número de casos vai aumentar, mas o número de óbitos vai continuar caindo, assim como as internações hospitalares. “Quando voltar a crescer o óbito e a internação hospitalar, nós vamos ter uma situação real de segunda onda”, advertiu. “Então, entre a primeira onda que a gente viu e a segunda grande onda, a gente vai poder viver um interstício de possibilidades de reabertura de atividades econômicas e sociais mais amplas, entre elas as escolas”, reafirmou. 

Nésio Fernandes disse ainda que, nesse contexto epidemiológico de interstício, o risco de contaminação é “equivalente a qualquer atividade social que as pessoas façam, [sendo] possível um retorno parcial, gradativo e com respeito aos protocolos nas escolas”.

“Eu, do ponto de vista sanitário, afirmo pra vocês que, havendo condições epidemiológicas para este retorno, como autoridade sanitária do Estado do Espírito Santo, assinarei uma portaria dizendo que não há impedimento para o retorno às aulas no Espírito Santo. E vai competir às autoridades escolares municipais, do Estado e da rede privada tomarem a sua definição. Eu autorizei o retorno do ensino superior e houve universidades que decidiram não voltar. Isso se respeitou e não se constituiu em cima disso um cavalo de batalha”, argumentou o secretário.

Caso haja descumprimento dos protocolos, no entanto, “a gente fecha a escola, sem dificuldade nenhuma”, garantiu. “Agora eu não posso generalizar que todas são iguais. Não posso dizer que toda as salas de aula são iguais. Aquelas que reúnam condições devem poder retornar. E é esse retorno, dentro desse protocolo, com população reduzida, é que de fato representa um risco baixo, assim como outras atividades sociais”, defendeu.

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