Obrigatoriedade de aula presencial divide municípios e Undime pede adesão até setembro
A obrigatoriedade do retorno dos estudantes às aulas presenciais, já determinada para a rede estadual a partir desta segunda-feira (26) numa decisão ainda inédita no país, divide as prefeituras da Grande Vitória e do interior. A autonomia de decisão garantida pela Constituição Federal aos municípios, enquanto entes federados, e afirmada na portaria estadual da obrigatoriedade (Portaria conjunta Sesa/Sedu nº 6-R/2021), no entanto, coexiste com uma mobilização política por parte do governo do Estado e da União dos Dirigentes Municipais da Educação (Undime-ES) para que a obrigatoriedade seja estabelecida em todo o território capixaba até o início de setembro.
Na região metropolitana, Vitória e Vila Velha mantêm a escolha entre o híbrido e o exclusivamente remoto a cargo das famílias dos estudantes. Já Cariacica e Serra aderiram à obrigatoriedade a partir de 10 de agosto e 2 de agosto, respectivamente.Na Capital, a decisão pela autonomia das famílias se deveu principalmente pela alta adesão espontânea às aulas presenciais, superior a 80%. A única modificação feita, desde a decisão de obrigatoriedade da rede estadual, foi a mudança do revezamento, que era semanal e passou a ser diário a partir desta segunda-feira (26).
Em Vila Velha, o sistema híbrido continuará da forma como foi implementado em junho, com revezamento semanal, e as famílias continuam livres para manter apenas o ensino remoto ou aderir ao híbrido.
No interior, dois municípios-polo foram demandados por Século Diário: Cachoeiro de Itapemirim, no sul do Estado, e Linhares, no norte. No primeiro, a presença em sala de aula continua facultativa às famílias, mas "existe uma possibilidade de na segunda quinzena de agosto esse retorno acontecer de forma obrigatória", informou a secretária municipal, Cristina Lens.
"Estamos fazendo um levantamento da rede, uma análise junto às comissões do planejamento estratégico. Teremos reunião com a Secretaria de Saúde, comitê estratégico e conselho municipal de educação, para que a gente possa pensar num retorno obrigatório, entendendo que a aprendizagem significativa de fato acontece na escola", justificou a gestora.
Na ocasião, ficou encaminhado o início de setembro como prazo limite desejável para o retorno obrigatório em massa, considerando que é quando a maioria dos professore terá recebido a segunda dose da vacina contra a Covid-19. "A Undime apoia a obrigatoriedade, mas deixa claro a autonomia dos municípios para decidir", ressalta a secretária-executiva, Elania Valéria Monteiro Sardinha.
Resistência das famílias
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