Professores criticam decisão judicial e exigem posicionamento do Sindiupes
Diante da decisão judicial contrária ao pedido dos professores da rede pública para que o retorno das aulas presencias não ocorresse na próxima terça (13), devido aos riscos de contaminação pelo coronavírus, o Coletivo Educação pela Base divulgou uma nota na qual critica tanto o posicionamento do Judiciário quanto do Sindicato dos Trabalhadores da Educação Púbica do Espírito Santo (Sindiupes). A decisão judicial foi divulgada na noite dessa sexta-feira (9).
O documento afirma que os professores "sabem bem de que lado a Justiça está, e não é o lado das trabalhadoras e trabalhadores". Antônio Barbosa, integrante do Coletivo, ressalta que a decisão judicial não é uma surpresa, mas que havia esperança de um posicionamento favorável ao magistério, pois o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) se manifestou contrário ao retorno das aulas presenciais. "Pensamos que, talvez, isso pudesse influenciar na decisão do Espírito Santo", pontuou.Em relação ao Sindiupes, o Coletivo Educação pela Base afirma que "a categoria tem exigido medidas efetivas da entidade sindical para barrar o retorno". Entre elas, "a ação jurídica, mas que não deve ser a única". Para o Coletivo, "a principal via para enfrentar os 'desmandos ' do governo é a via da luta política da categoria, que deveria ser organizada pelo sindicato que a representa".
De acordo com Antônio, o Sindiupes tem cobrado junto ao Governo do Estado o não retorno das aulas presenciais com um tom recuado, sendo que deveria ter um posicionamento mais incisivo. O integrante do Coletivo relata que o sindicato não realiza assembleias para debater a situação e que a ausência de diálogo com a categoria não começou na pandemia. "Antes mesmo da pandemia, o Sindiupes já vinha diminuindo a participação da categoria no sindicato", afirma.
Na nota, os professores afirmam que continuam "exigindo que a Direção do Sindiupes cumpra o seu papel e convoque assembleias virtuais para discutir e deliberar os rumos da luta contra o retorno das aulas presenciais e em defesa da vida de profissionais da educação e de toda comunidade escolar".
Juntamente com os coletivos Luta Unificada dos Trabalhadores da Educação do Espírito (Lute-ES) e Educadores pelo Socialismo e a Corrente Sindical e Popular Resistência e Luta Educação, o Educação pela Base recolheu no período entre cinco e nove de outubro assinaturas para reivindicar que o Sindiupes faça as assembleias. As adesões, que segundo Antônio ainda não foram contabilizadas, serão entregues ao sindicato.
O integrante do Coletivo Resistência e Luta Educação ES, Swami Cordeiro Bérgamo, ressalta que o estatuto do sindicato permite a realização de assembleias virtuais em situações extremas, como a pandemia de Covid-19, tendo sido essa a forma de mobilização e decisão de várias categorias profissionais no País.
Professores protestam em frente à Sedu contra retorno das aulas
Grupo também protocolou manifesto nesta sexta-feira e homenageou professores mortos pela Covid-19
https://www.seculodiario.com.br/educacao/professores-protestam-em-frente-a-sedu-e-protocolam-manifesto-contra-retorno-das-aulas-presenciais
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