Sexta, 26 Abril 2024

Professores de Guarapari voltam a denunciar precarização da educação

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Professores de Guarapari voltam a apontar um cenário precário na educação municipal. Mesmo após as intensas mobilizações do ano passado, a categoria segue sem respostas efetivas e reclama da falta de diálogo com a gestão Edson Magalhães (PSDB). Uma assembleia será realizada ainda nesta quinta-feira (19) para debater os problemas, que envolvem, entre outras pautas, o achatamento salarial e a desvalorização da categoria.

Uma das reivindicações urgentes é a reestruturação das tabelas salariais dos professores. No final de março, a prefeitura anunciou os novos planos de cargos e salários de vários setores, incluindo a educação, mas a categoria reclama da falta de valorização dos profissionais que possuem títulos e outros níveis de formação acadêmica.

"Para nossa surpresa, o reajuste não considerou a formação dos professores. O profissional investe na valorização na carreira e não é valorizado (...) Hoje, na rede municipal de Guarapari, a diferença salarial entre quem tem o antigo magistério e quem tem licenciatura plena, que é a faculdade completa, é de 30 reais. De quem tem pós-graduação e um nível de especialização, a diferença é R$ 80", denuncia Adriano Albertino, coordenador do Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Espírito Santo (Sindiupes) em Guarapari.

Os profissionais também seguem denunciando a falta de diálogo com a gestão, que não atende às demandas do sindicato. "Eles não escutam a categoria. Quando senta, é só pra comunicar o que quer fazer (...) Uma série de situações que a gente observa, que parece que o município jogou a toalha. Não está fazendo o investimento correto na educação", aponta.

No ano passado, o sindicato promoveu mobilizações, com atos públicos e assembleias, chegando até a se reunir com a gestão municipal para reivindicar a valorização salarial dos trabalhadores e a compensação dos gastos tecnológicos na pandemia, mas nenhuma resposta efetiva foi dada. "As reuniões não surtiram efeito nenhum, porque nada foi feito", declara Adriano.

Esse foi um dos fatores para a retomada das mobilizações pela categoria, que agora também cobra uma política de educação séria no município. Segundo os profissionais, a prefeitura não executou nenhuma proposta de recuperação dos impactos durante a pandemia. "E isso é sentido por toda a sociedade. Os próprios estudantes, que enfrentaram uma série de dificuldades durante a pandemia, o município não tem desenvolvido nenhum trabalho sério de apoio, para mantê-los na escola", relata o sindicalista.

Enquanto isso, o tratamento recebido pela educação em Guarapari se reflete ainda nas obras espalhadas pelo município, com construções que já duram anos. É o caso de prédios como a Escola Municipal Costa e Silva, cuja obra se arrasta pelo menos desde 2016. Em setembro do ano passado, a gestão municipal anunciou a rescisão do contrato com a empresa responsável pelos serviços, mais um entrave para a finalização.

O Sindiupes ressalta que, para além de atrasos como esses, equipamentos que já funcionam na cidade não atendem à população da forma adequada. É o caso do Complexo Esportivo Maurice Santos, em Muquiçaba, construído com verbas da educação, mas que não conta com políticas eficientes para promover o acesso de todos os estudantes da rede municipal.

"Os estudantes de outros bairros não conseguem usar porque eles não têm apoio no transporte. Só quem consegue usar o equipamento são estudantes do entorno do complexo ou aqueles que os pais têm condição de pagar. O município ainda abre o local para escolas particulares, um equipamento construído com recurso público", declara.

Essa será uma das pautas da assembleia desta quinta, onde os servidores vão tentar retomar o diálogo com a gestão municipal. O objetivo é debater uma proposta de reestruturação da tabela de vencimento dos professores, valorizando a carreira e a formação acadêmica da categoria, além de reivindicar o reajuste dos valores do auxílio alimentação. "Estamos falando da formação de gerações de cidadãos guaraparienses que, para exercer cidadania, atuar de maneira plena e ter uma boa profissionalização, precisam de uma educação básica de qualidade", enfatiza Adriano. 

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