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Professores de Vitória cancelam atos programados para esta sexta e sábado

Numa decisão de consenso, foram cancelados os dois atos de protesto previstos para esta sexta e sábado (27 e 28) na programação do movimento reivindicatório dos professores da rede municipal de Vitória. O objetivo é concentrar esforços na reversão do corte de ponto de 30 dias e na abertura da mesa de negociação por parte do prefeito Luciano Rezende (PPS).

Nesta sexta-feira (27) os diretores de escolas realizam a entrega das frequências dos professores, documento que embasa o valor a ser pago no mês corrente. Neste abril de 2018, no entanto, o Executivo antecipou a entrega dos contracheques, feita na última segunda-feira (23), em que consta a redução de mais de 80% no valor dos vencimentos de centenas de profissionais.

“Ainda não sabemos exatamente quantos sofreram esse corte de ponto”, diz Washington Felix Rocha, membro da Coordenação do Sindicato dos Trabalhadores em Educação Púbica do Espírito Santo (Sindiupes) em Vitória.

A entrega das frequências, que costumeiramente é feita de forma individual, seria feita de forma coletiva, com apoio dos professores, como forma de protesto na sede da Secretaria Municipal de Educação (Seme). Com a desistência dos professores, os diretores seguirão com as entregas.

No sábado (28), um ato em Itararé prestaria apoio a um dos professores sumariamente demitidos no último dia 20 de abril, mas também foi cancelado, em decisão consensual. “Nesse momento, estamos recuando. Mas a luta continua!”, afirma Washington.

A próxima assembleia da categoria está prevista para o dia nove de maio. Até lá, uma reunião ampliada jpá está marcada, para a próxima segunda-feira (30). “Nós suspendemos a greve. O CPV [Conselho Popular de Vitória] nos pediu e nos sensibilizamos com a solicitação. Agora aguardamos a reabertura da negociação por parte do prefeito”, informa o membro da coordenação municipal do Sindiupes.

Ministério Público

“Se ele reabrir o diálogo, que seja feita em Mesa de Negociação, com participação do Ministério Público Estadual, para dar mais transparência ao processo”, ressalta.

Além de impingir um corte de ponto de 30 dias aos professores – incluindo os que não estavam em greve mas de férias e licença –, Luciano Rezende também ameaçou de demissão todos os que persistissem no movimento paredista, a exemplo de pelo menos dois professores que foram sumariamente demitidos no dia 20. No mesmo dia, publicou um edital para contratação emergencial e temporária de professores.

Acuados pelas duras retaliações e temendo sofrimento imposto a mais colegas, os profissionais suspenderam a greve, após assembleia realizada na terça-feira (24).

Na quarta-feira (25), estava previsto um protesto na Câmara Municipal, às 19h, durante audiência pública para prestação de contas da Seme pela secretária Adriana Sperandio. Na véspera do compromisso, porém, Adriana informou à Câmara sobre sua impossibilidade de comparecer, o que obrigou o cancelamento da prestação de contas.

Reivindicações

A principal reivindicação dos professores é a reposição das perdas inflacionárias dos últimos quatro anos, período em que Luciano Rezende não cumpriu com a lei e não realizou qualquer tipo de reajuste, tendo anunciado apenas um percentual de 3% referente a 2017, quando, no total, as perdas chegam a 28,5%.

Também integram a pauta de luta o cumprimento do Plano de Cargos e Vencimentos; o pagamento do auxílio-alimentação para quem tem duas cadeiras na rede municipal; a qualificação das compras públicas para a obtenção de materiais escolares de melhor qualidade; e a reforma e manutenção dos prédios públicos.

A greve durou um mês, de 26 de março a 24 de abril, e chegou a atingir 70% das escolas, afetando quatro mil professores e 35 mil estudantes.

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