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Sesa ainda não definiu critérios de priorização da vacinação dos professores

Desafio da imunização, que começa nesta quinta, é atender ao maior grupo do serviço público capixaba

A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) ainda não definiu os critérios de priorização que serão adotados para realizar a imunização dos professores, que começa nesta quinta-feira (15). “As informações quanto à priorização dos trabalhadores da educação para a vacinação contra a Covid-19 serão publicadas em resolução da Comissão Intergestores Bipartite nesta semana”, afirmou a pasta, na noite desta terça-feira (13).

Como a vacinação dos professores começará após a aplicação da primeira dose nas pessoas com mais de 60 anos e, provavelmente, concomitante ao início da vacinação das pessoas com comorbidade, o critério de priorização que será feito entre os professores ainda é uma incógnita para a categoria.


O Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Espírito Santo (Sindiupes) calcula em 51 mil o número de professores em atividade, sejam efetivos ou Designação Temporária (DTs), nas redes públicas estadual e municipais. “É o maior grupo dentro do serviço público capixaba. Metade dos servidores públicos, tanto no Estado quanto nos municípios, é formada pelos professores”, ressalta o diretor do Sindiupes Gean Carlos Nunes.

O diretor conta que o Sindicato preferiu se abster de propor os critérios de priorização, deixando a decisão a cargo das secretarias de saúde. Uma possibilidade, especula Gean Carlos, é que sejam priorizados os profissionais que continuam indo às escolas, como coordenadores e pedagogos, mesmo com a suspensão das aulas presenciais em função da matriz de risco para a Covid-19 do governo do Estado, que determina aulas exclusivamente remotas em municípios em risco alto ou extremo, classificações que, atualmente, valem para 42 e 34 municípios, respectivamente.

Atuando nas cerca de 2,5 mil a 2,7 mil escolas públicas, que atendem a cerca de 500 mil estudantes, os professores reivindicam a vacinação como pré-condição para o retorno das aulas presenciais. “Aula presencial somente após vacinação”, exclama o diretor, ecoando um grito de luta que a categoria tem repetindo desde o início da pandemia, em março de 2020.

Apesar de ceder ao pleito de vacinar os educadores de forma antecipada em relação ao Plano Nacional de Imunização (PNI), o governo do Estado, no entanto, não aceita a pré-condição pleiteada pelos trabalhadores e mantém a posição de manter a obrigatoriedade de aulas híbridas e presenciais nos municípios classificados em risco moderado ou baixo no Mapa de Risco para Covid-19 atualizado semanalmente. Atualmente, apenas dois estão nessa classificação – Conceição da Barra e Ibitirama.

“Falta vacina no país. O governo federal foi extremamente irresponsável em não adquirir vacina em quantidade suficiente e no prazo mais seguro para a população e ainda insiste em forçar o retorno das aulas presenciais”, critica.

Gean Carlos cita ainda o Requerimento 536/2020, que pede regime de urgência para apreciação do Projeto de Lei nº 5595/2020, da deputada Paula Belmonte (Cidadania/DF), que estabelece “o reconhecimento da Educação Básica e de Ensino Superior, em formato presencial, como serviços e atividades essenciais”. “Se esse PL for aprovado, as aulas presenciais deverão continuar acontecendo, mesmo em cidades de risco extremo e alto”, alarma o dirigente sindical.

Reserva técnica
A vacinação dos professores, a exemplo do que vem acontecendo com os profissionais da Segurança Pública, será feita pelo governo do Estado utilizando as doses destinadas inicialmente como “reserva técnica”, ou seja, 5% do volume enviado semanalmente pelo Ministério da Saúde, que a princípio ficaria armazenada em caso de perdas ou outros problemas com o quantitativo destinado periodicamente para os grupos prioritários definidos no Plano Nacional de Imunização (PNI). Como as perdas têm sido insignificantes, a Secretaria da Saúde (Sesa), a exemplo de outros estados da federação, decidiu antecipar a imunização desses profissionais, atendendo à demanda da sociedade por mais segurança para o retorno das aulas presenciais.

No Painel Covid-19, o Vacinômetro informa que os profissionais da segurança somam 7 mil pessoas, aos quais já foram distribuídas 100% das doses necessárias à primeira imunização.

Do total de 51 mil professores estimado pelo Sindiupes, será preciso subtrair os profissionais que já foram imunizados de acordo com a idade e apresentação de comorbidades. O grupo etário mais próximo do ponto de vista quantitativo, é o de idosos com 80 a 84 anos, que somam 45 mil pessoas no Estado.

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