O Tribunal de Justiça do Estado (TJES) deve iniciar, até o final do mês, o processo de escolha de um novo desembargador para a vaga destinada ao Ministério Público. Diferentemente do cenário registrado nas últimas escolhas, a disputa começa sem um candidato favorito. Apesar da predileção do governador Paulo Hartung, que dará a palavra final sobre a escolha, pelo nome do ex-procurador-geral Fernando Zardini, os meios jurídicos indicam possíveis resistências entre os atuais desembargadores.
Mesmo participando de várias sessões de julgamento na corte, em função de ocupar o cargo de procurador de Justiça especial – que atua diretamente no tribunal –, Zardini foi responsável pela remessa dos autos da Operação Naufrágio às instâncias superiores. Logo após a descida dos autos do Superior Tribunal de Justiça (STJ), ele ratificou o pedido do Ministério Público Federal (MPF) sobre a eventual suspeição/impedimento dos membros do TJES para atuar no caso. Com isso, o questionamento foi levado ao Supremo Tribunal Federal (STF), que concluiu pela impossibilidade do escândalo ser julgado na justiça estadual.
Segundo fontes de bastidores, esse fato pesaria contra a indicação de Zardini, que mesmo sendo de responsabilidade do chefe do Executivo estadual, passaria pelo Pleno do TJES. Isso porque a escolha do novo desembargador passa inicialmente pelo próprio MPES, que vota em uma lista com seis nomes. A lista sêxtupla é analisada pelo tribunal e reduzida a uma lista tríplice, que é remetida ao governador do Estado.
Nas últimas semanas, ganhou força a possibilidade de escolha do promotor de Justiça, Marcelo Zenkner, que está licenciado do cargo para atuar como secretário de Controle e Transparência de Hartung. A eleição não é uma novidade para o promotor que chegou à lista sêxtupla na última escolha, que culminou com a escolha do ex-procurador-geral, José Paulo Calmon Nogueira da Gama. Outros nomes que são sugeridos são da ex-procuradora-geral Catarina Cecin Gazele e do atual chefe da instituição, Eder Pontes da Silva, novo aliado do peemedebista.
A vaga destinada aos membros ministeriais será aberta com a aposentadoria do desembargador José Luiz Barreto Vivas, que irá se aposentar compulsoriamente em março – quando atingirá a idade limite (70 anos). Ele atua na corte desde o ano de 2004 e também foi indicado por Hartung em seu primeiro mandato à frente do Palácio Anchieta. Vivas participará pela última vez como julgador das sessões do Pleno e da 2ª Câmara Criminal na próxima semana.