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Dois anos depois, acusados de fraudes na

Às vésperas de completar dois anos da deflagração da “Operação Moeda de Troca”, no próximo dia 16 de setembro, a Justiça de Santa Leopoldina caminha para o julgamento das 11 pessoas acusadas de participação em fraudes no município. Na última semana, o juiz da comarca, Carlos Ernesto Campostrini Machado, concluiu a fase de instrução das ações penais movidas contra ex-servidores, laranjas e empresários que são acusados de fazer parte do esquema de corrupção. A previsão é de que, em até 30 dias, o magistrado tenha condições de iniciar o julgamento. 

Seguindo o rito processual, os autos seguem para a fase de alegações finais. Primeiro, o representante do Ministério Público Estadual (MPES) – autor da denúncia – tem quinze dias para apresentar a manifestação derradeira. Em seguida, os advogados de defesa dos acusados terão o mesmo prazo para apresentar as alegações. Posteriormente, os autos retornam ao juiz para a prolatação da sentença. 

Será a primeira vez que os acusados no escândalo que abriu a sequência de grandes operações contra fraudes em prefeituras sentam no banco dos réus. Desde o início da tramitação das duas ações penais, no final de 2010, o julgamento dos acusados é prejudicado por medidas postergatórias da defesa. Os advogados chegaram a recorrer ao Tribunal de Justiça do Estado (TJES) para pedir a suspeição do juiz e do promotor do caso, Jefferson Valente Muniz, que acabaram mantidos no processo. 

As ações penais da operação foram divididas entre os participantes do núcleo que atuava dentro da prefeitura e o núcleo operacional das fraudes (representado pelos empresários e os supostos laranjas). Entre os então servidores acusados de participação no esquema, constam os nomes de Izidoro Storch, Paulo Calot, Romilson Coutinho Ramos – ex-secretário de serviços gerais de Santa Leopoldina. 

Dentro do núcleo operacional, foram denunciados os empresários Aldo Martins Prudêncio – irmão do prefeito cassado do município, Ronaldo Prudêncio (PDT) –, Paulo César Santana Andrade, Dennys Dazzi Gualandi e Robson de Souza Colombo (o Robson Rodeios), além dos supostos laranjas Patrícia Pereira Ornelas Andrade, Adailton Pereira dos Santos, Rozélia Barbosa Oliveira e Antônio Carlos Sena Filho. 

A “Operação Moeda de Troca” foi deflagrada no dia 16 de setembro após a apuração dos indícios da formação de caixa dois eleitoral pela quadrilha que fraudava licitações em prefeituras capixabas. Na ocasião, foram presas 11 pessoas relacionadas ao esquema. O bando criminoso aparece relacionado a onze contratos sob suspeita, no total de R$ 28 milhões nas prefeituras de Santa Leopoldina – onde começaram as investigações –, Viana, Cachoeiro de Itapemirim, Serra e Presidente Kennedy (onde foi deflagrada a operação “Lee Oswald”, em abril deste ano). 

Durante as investigações, o nome da deputada estadual Aparecida Denadai (PDT) surgiu como uma das beneficiadas pelo suposto caixa dois voltado para a campanha eleitoral. Mais tarde, a relação entre os contratos suspeitos da Impacto Máquinas, principal empresa do esquema, e as prefeituras do PDT levantaram a suspeição sobre a alimentação das milionárias campanhas da sigla. 

Em Santa Leopoldina, Aparecida Denadai também encaminhou verbas de emendas parlamentares. A pedetista enviou R$ 470 mil para o município da cota de R$ 800 mil que cabe a cada deputado. Pelas mãos da deputada Aparecida Denadai, o esquema de corrupção em prefeituras chegou até Presidente Kennedy, município comandado pelo petebista Reginaldo Quinta – hoje afastado do cargo em função das denúncias de corrupção. 

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