O subsecretário de Estado de Direitos Humanos, Perly Cipriano, fez um alerta sobre a disseminação das interceptações telefônicas no Espírito Santo e classificou que o grampo à Rede Gazeta pode ser considerada a “maior violação aos direitos humanos revelados no Estado”. Para ele, o episódio foi um atentado às liberdades e à democracia.
Em entrevista, Perly Cipriano relembrou que o grampo à Rede Gazeta, que teve repercussão em todo país, segue desconhecido. Ele informou que o Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humano (CDDPH), órgão colegiado ligada à Secretaria Nacional dos Direitos Humanos da Presidência da República, anunciou que pretende tomar atitudes em relação ao episódio ocorrido em 2003, mas tornado público em 2005.
“O Conselho, presidido pela ministra Maria do Rosário Nunes (Direitos Humanos). Tomou para si esse caso da Gazeta que se encontra parado no Ministério Público Estadual (MPES)”, afirmou Perly.
O subsecretário também citou que o sumiço de peças dos anais da CPI do Grampo foram levado ao conhecimento da instituição no período do então presidente da Assembleia Legislativa, César Colnago (PSDB) que mudou a instância de apuração, ao invés do aprofundamento nas investigações.
A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) foi aberta em 2006 para apurar às escutas feitas no ramal utilizado pelos jornalistas logo após a morte do juiz Alexandre Martins de Castro Filho, ocorrida em março de 2003. Na época, os trabalhos da CPI levantaram uma série de irregularidades nas interceptações feitas no Estado.
Apesar da promessa de um relatório bombástico contra o então secretário de Segurança Pública, o atual deputado estadual Rodney Miranda (DEM), a CPI do Grampo terminou sem a leitura do relatório final. Na Justiça, o grampo na Rede Gazeta terminou com a condenação da operadora de telefonia Vivo (antiga Telest Celular) com o pagamento de indenização aos agentes públicos que comandavam as investigações. A empresa recorre da sentença.