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Mesmo nome, sistema igual: empresas Garra surgem no conjunto do governo PH

A revelação da existência da Garra Transportadora e Locação, apontada pela CPI do Cachoeira como uma das empresas laranjas utilizadas para abastecer o esquema de lavagem de dinheiro da Delta Construtora no Espírito Santo, expõe um conjunto de empresas homônimas que gravitam em torno do ex-governador Paulo Hartung (PMDB). Mesmo com CNPJ e ramos de atuação diferentes, as empresas de nome Garra aparecem ligadas a recentes escândalos no governo passado, como as denúncias de fraudes em contratos no sistema prisional, reveladas na Operação Pixote.

De acordo com levantamento da reportagem na Junta Comercial do Estado (Jucees), um total de 30 empresas capixabas foi registrado com nome empresarial iniciado por Garra. No entanto, três empresas deste grupo mantêm relações ativas com o conjunto do governo Hartung. São elas: Garra Comércio e Serviços Ltda e Garra Escolta, Vigilância e Segurança Ltda, ambas de propriedade de Cláudio Farina Lopes, e a Garra Transportadora – empresa de fachada descoberta pela CPI.  

As empresas de Cláudio Farina – irmão do juiz Alexandre Farina Lopes, um dos investigados na operação policial – mantêm relações comerciais com a administração pública estadual e empresas ligadas ao grande empresariado local, com notórias relações com o governo Paulo Hartung. A Garra Escolta e Garra Comércio fazem parte do grupo batizado de Fibra/Garra. Elas foram registradas, respectivamente, em janeiro de 2001 e junho de 2002.  

Atualmente, o capital social das empresas é dividido entre cotas de Cláudio Farina – R$ 297 mil da Garra Escolta e R$ 198 mil na Garra Comércio. O objeto social dos negócios vai desde a prestação de serviços de segurança até a manutenção de sistemas de informática e telecomunicações.  

Assim como ocorreu com a Delta Construtora no Estado, os negócios da empresas de Farina também cresceram de volume, a partir do início do governo peemedebista. Atualmente, o grupo Fibra/Garra é um dos líderes de mercado também nas áreas de limpeza, manutenção e locação de mão de obra. Além do governo do Estado, as empresas têm contratos com o Grupo Águia Branca, Aracruz Celulose (Fibria) e Unimed Vitória, onde enfrenta uma acusação de irregularidades na emissão de notas fiscais.  

Na antiga Aracruz Celulose, a Garra Escolta faturou o contrato de prestação do serviço de vigilância durante a passagem do irmão, juiz Alexandre Farina, pela comarca de Aracruz, município onde fica localizada a planta industrial da companhia. O mesmo tipo de serviço é prestado para o grupo da Família Chieppe (dona da Viação Águia Branca e da Vix Logística) e na unidade capixaba da Unimed – que também é dona do Centro Integrado de Atenção à Saúde (Cias).  

As relações das empresas de Farina com episódios de corrupção no governo passado foram evidenciadas durante as investigações da Operação Pixote, que revelou fraudes no sistema de ressocialização de adolescentes em conflito com a lei, em agosto deste ano. No ano de 2008, a Garra foi subcontratada pelo Instituto de Atendimento Socioeducativo do Espírito Santo (Iases), através da Associação Capixaba de Desenvolvimento e Inclusão Social (Acadis) – controlada pelo colombiano Gerardo Bohórguez Mondragón, apontado como um dos cabeças do esquema de fraudes.  

Segundo o registro na Junta Comercial, as empresas de Cláudio Farina estão com impedimento judicial desde o dia 6 de março de 2008. O juízo da 2ª Vara dos Feitos da Fazenda Pública Estadual determinou a proibição de qualquer alteração nos contratos sociais referentes a Cláudio Farina. O empresário e o antigo sócio na Fibra Negócios e Serviços Ltda, Efrayn Frenner Fort Farina – que se tornou gerente administrativo da Unimed Vitória – foram denunciados pelo Ministério Público Estadual (MPES) em uma ação de improbidade do “esquema das associações”, durante a Era Gratz na Assembleia Leguslativa.

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