O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) divulgou, nesta semana, o resultado do Censo do Poder Judiciário 2013, que traçou um perfil dos magistrados e serventuários em todo País. No Espírito Santo, o levantamento revelou que a maioria dos membros do Judiciário (93%) está satisfeita com a opção pela carreira. No entanto, o nível de satisfação tem uma grande queda em relação às questões salariais, de infraestrutura no trabalho e da qualidade de vida e saúde.
O Censo revela que 50,6% dos magistrados (juízes e desembargadores) estão satisfeitos com o salário que recebem considerando o trabalho que executam, índice muito próximo aos serventuários da Justiça (51,2%). Entre os togados, dois terços (66,5%) estão satisfeitos com a carreira, enquanto menos de metade dos servidores (40,1%) se mostram favoráveis com as possibilidades de crescimento na carreira dentro do tribunal. Já o nível de satisfação com o resultado do trabalho prestado ao cidadão varia de 62,4% entre os magistrados e 74,6% para os servidores.
Em relação à atuação do tribunal em prol da qualidade de vida e saúde no trabalho, os juízes apontam que apenas 19,1% estão satisfeitos ante 37,8% no grupo de servidores que responderam à pesquisa. Uma das explicações pode ser encontrada dentro do próprio levantamento, que se aprofundou no exame do nível de satisfação dos togados com as rotinas de trabalho. Neste ponto, surgem as primeiras críticas mais contundentes contra a infraestrutura oferecida pelo tribunal.
Somente um em cada dez juízes (10,6%) está satisfeito com a atuação do tribunal em relação à segurança pessoal dos magistrados. Um grupo praticamente semelhante de togados (13,6%) considerou que o tribunal está atuando para garantir a segurança nos locais de trabalho. Outra demanda está relacionada ao quantitativo de servidores à disposição: apenas 17,5% dos entrevistados consideraram a atual força de trabalho como satisfatória. Os magistrados também revelaram o descontentamento com o sistema eletrônico (apenas 15,7% se declaram satisfeitos).
A pesquisa do CNJ também indicou a motivação e o grau de participação em decisões da administração do tribunal. Entre os magistrados, a maior parte não participa da gestão orçamentária (92%), do planejamento estratégico (96,9%) ou das decisões relativas à gestão (98,2%). Sobre a valorização nos locais de trabalho, 58,2% dos servidores responderam favoravelmente, enquanto o índice entre juízes e desembargadores cai para 25,9%.
Perfil
O Censo do Poder Judiciário traçou ainda um perfil dos juízes do Espírito Santo, levando em consideração que apenas 55,9% dos togados responderam ao questionamento. Segundo o grupo, a magistratura capixaba é composta por homens (65,7%) com idade variando entre 40 e 49 anos (49%). A maior parte dos membros do TJES nasceu no Estado (81,9%) e se declaram brancos (78,3%) ante 21,7% de negros – no entanto, apenas 3% se declaram negros, outros 18,7% se disseram pardos.
Entre os servidores da Justiça estadual, a maior parte da força de trabalho é composta por mulheres (58,7%) em várias faixas de idade. O maior número de entrevistados tem entre 45 e 54 anos (30,1%). Também aparece com destaque no levantamento o grupo de serventuários entre 30 e 39 anos (28,5%). Somente 14,2% dos entrevistados têm mais de 55 anos de idade. O número de naturais do Espírito Santo foi de 72%, que se declararam majoritariamente como brancos (74,2%) ante 25,3% de negros – sendo que 21,1% deste grupo se declarou como pardo.
As tabelas completas com o resultado do Censo do Poder Judiciário no Espírito Santo podem ser encontradas nos links seguintes: magistrados e servidores.