O Ministério Público Estadual (MPE), por meio do Grupo de Atenção Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), deflagrou, na manhã desta quinta-feira (17), a Operação Parlamento Rosa, com o objetivo de desarticular um esquema de desvio de dinheiro público na Câmara de Vereadores de Cachoeiro de Itapemirim (sul do Estado). Foram cumpridos mandados de prisão temporária contra nove pessoas – entre eles, servidores da Casa –, além de busca e apreensão de documentos contábeis. As informações preliminares dão conta do desvio de R$ 1,2 milhão.
De acordo com informações do MPE, a organização criminosa seria responsável por fraudes no pagamento de dívidas de parcelamentos junto ao INSS e à Receita Federal. Esses valores seriam desviados pelo bando com o auxílio dos servidores, que estariam encarregados de adulterar documentos contábeis e cheques da Câmara. As investigações foram iniciadas após uma suspeita de movimentação financeira estranha, apontada pela Caixa Econômica Federal (CEF) e levada ao conhecimento do órgão ministerial, que passou a colher provas e indícios do esquema.
Ao todo, foram expedidos dez mandados de busca e apreensão e dez de prisão temporária – nove deles já teriam sido cumpridos. Entre os presos está o contador da Câmara, Hélio Grecchi, que é apontado como o cabeça do esquema. Ele e outros cinco servidores já haviam sido afastados judicialmente dos cargos. Também foram cumpridas ordens judiciais de sequestro de bens e ativos visando à restituição dos valores subtraídos. Segundo o MPE, os representados responderão pelos crimes de formação de quadrilha, falsificação de documento público, falsidade ideológica, peculato, corrupção passiva, além de outros crimes correlatos.
Esse mesmo esquema de fraudes também está na mira do Tribunal de Contas do Estado (TCE). Na semana passada, equipes do tribunal foram ao prédio da Câmara para colher subsídios para a realização de uma auditoria extraordinária na contabilidade da Casa. A notícia da denúncia partiu do presidente da Câmara, Júlio Ferrari (PV), que solicitou a abertura das investigações. Além disso, uma sindicância interna foi aberta para apurar as responsabilidades administrativas dos servidores afastados, que não tiveram os nomes revelados.