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TC recebe novas denúncias contra incentivos fiscais

O Tribunal de Contas do Estado (TCE) recebeu nessa semana duas novas denúncias contra os incentivos fiscais concedidos pelo governo capixaba aos setores metalmecânico e moveleiro. Esses mesmos benefícios, conferidos através dos contratos de competitividade (Compete-ES), também são alvo de questionamentos na Justiça Estadual. O relator dos processos será o conselheiro José Antônio Pimentel, que já negou um pedido de medida cautelar para suspender os incentivos ao setor atacadista, em denúncia semelhante.

As duas representações são assinadas pelo estudante de Direito Sérgio Marinho de Medeiros Neto, mesmo autor das ações populares que pedem a nulidade dos incentivos na Justiça. Nas denúncias, o autor pede a apuração do TCE em relação aos aspectos formai e legais nos benefícios fiscais concedidos durante o governo Paulo Hartung (PMDB). Ele apontou cinco violações que teriam sido cometidas na assinatura dos contratos entre o Estado do Espírito Santo e as entidades representativas dos setores industriais envolvidos.

“O contrato firmado – e o decreto que o amparou – é lesivo ao erário, segundo as suas próprias cláusulas, por subtrair verbas dos cofres públicos. O contrato é nulo por não respeitar a legislação pátria. A renúncia fiscal realizada à margem de lei específica e aprovação do Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz) é lesiva ao erário e a moralidade”, diz um dos trecho das duas denúncias.

Nos textos, o estudante também menciona a extensão da lesão financeira também aos cofres dos 78 municípios. Sérgio Marinho aponta que as renúncias de receitas para os setores metalmecânico e moveleiro foram de R$ 110 milhões e R$ 19 milhões anuais, respectivamente. Ele indica ainda o comprometimento da administração pública em relação à próxima década, já que os incentivos foram prorrogados por mais 12 anos pelo atual governador Renato Casagrande.

Segundo informações do TCE, os dois processos (4054/2013 e 4055/2013) serão relatados pelo conselheiro José Antônio Pimentel, que também é o responsável pela denúncia contra os deferimentos ao setor atacadista. Na última semana, o conselheiro negou o pedido de medida cautelar para suspender o contrato de competitividade entre o governo capixaba e o Sindicato do Comércio Atacadista e Distribuidor do Estado (Sincades). No entanto, a denúncia deverá ser apreciada pelo plenário do tribunal.

Além do ex-governador Paulo Hartung, foram denunciados os ex-secretários da Fazenda, José Teófilo de Oliveira (atual sócio de Hartung no escritório de negócios Éconos) e Bruno Pessanha Negris (ex-presidente e atual diretor do Banestes), além da ex-secretária de Desenvolvimento, Cristina Velloso Santos e o atual secretário da Fazenda, Maurício Cezar Duque.

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