Terça, 07 Mai 2024

Gratz quer acareação entre ex-secretário e deputados

Gratz quer acareação entre ex-secretário e deputados

Após dez anos de sua prisão pela suspeita de compra de votos para garantir a reeleição na Assembleia Legislativa, o ex-presidente da Casa, José Carlos Gratz, quer a convocação do ex-secretário de Segurança Pública e ex-desembargador federal Henrique Herkenhoff – que fez a denúncia – para uma acareação com os deputados remanescentes da chamada Era Gratz. O pedido faz parte de um requerimento ao atual presidente da Assembleia, Theodorico Ferraço (DEM), protocolado na tarde desta terça-feira (2).



No texto, o ex-deputado pede que o então chefe da Procuradoria da República no Espírito Santo seja convocado pela Comissão de Segurança Pública da Casa para que esclareça a acusação feita em 2002 de que o ex-presidente da Casa teria comprado os votos de parlamentares - incluindo, o seu próprio voto - na disputa em 2000. Entre os deputados remanescentes do período em que Gratz presidiu a Casa estão os atuais deputados Sérgio Borges (PMDB), Gilsinho Lopes e José Esmeraldo (ambos do PR), este último que nega ter sido alvo de qualquer acusação por parte do ex-desembargador ou outro orgão de fiscalização.



“É chegado o momento da verdade, o momento de se desmascarar a grande farsa que reinou neste Estado com a cumplicidade de tantos que se acovardaram ante à maldade”, alegou o ex-parlamentar, que pretende a realização até mesmo de uma acareação entre o antigo acusados e os deputados remanescentes da Era Gratz.



Gratz alega que ficou preso durante quatro meses em função da denúncia, mas nunca foi ouvido pela Polícia Federal. “Durante o tempo no cárcere, o senhor Herkenhoff me visitou na cela da prisão, tentando me coagir a dar informações sobre adversários do [então governador] Paulo Hartung (PMDB). Na verdade, a manobra repugnante era diariamente comentada pela própria PF, já que lá o detido sempre é ouvido em algum inquérito”, denuncia.



O ex-parlamentar acusa Herkenhoff de ter feito parte de uma trama que o enquadrou como o suposto chefe do “crime organizado” no Estado. Segundo ele, o crime organizado não teria sido provado até hoje, uma vez que os fatos mais recentes “vieram a demonstrar que estavam dentro do governo Hartung” – em alusão às denúncias de superfaturamento nas obras do posto fiscal fantasma em Mimoso do Sul e irregularidades na concessão de incentivos fiscais.



Citando episódios da época, Gratz atribuiu ao ex-governador as movimentações para desestabilizar a administração do então governador José Ignácio Ferreira, que veio a ser sucedido por Hartung. “Com o governador José Ignácio fora do processo eleitoral, o alvo passou a ser exclusivamente, o então presidente da Assembleia. Para isso, Hartung contou com a ajuda direta de Herkenhoff. A ordem era “caçar” o presidente do Legislativo e o governador do Estado. Para isso não importava o custo”, afirmou.



No requerimento, o ex-presidente da Assembleia também pediu a convocação do conselheiro do Tribunal de Contas, José Antônio Pimentel, para confirmar os depoimentos em juízo sobre a transferência de créditos de ICMS entre a Escelsa (cujo Pimentel era diretor na época) e a mineradora Samarco. Gratz chegou a ser denunciado pelo Ministério Público pela suposta participação na operação que, segundo ele, seria prevista pela legislação vigente à época e não teve qualquer participação do Legislativo.

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