Sexta, 03 Mai 2024

Paulo França ganhou cargo em Cariacica após leilão sob suspeição

Paulo França ganhou cargo em Cariacica após leilão sob suspeição

O ex-presidente do Banestes e atual diretor administrativo e financeiro da Companhia de Desenvolvimento de Cariacica (CDC), o advogado Paulo Roberto Mendonça França, segue no cargo mesmo após novas denúncias de fraudes na gestão de massas falidas. Em uma das suspeitas, o ex-administrador judicial da fábrica de tecidos Braspérola é acusado de irregularidades no leilão do terreno da empresa, localizada no município de Cariacica.



Entre os participantes daquele leilão estava o ex-secretário de Desenvolvimento de Cariacica e ex-presidente da CDC Pedro Gilson Rigo, na condição de representante da prefeitura do município. Essa ligação entre os dois acabou levando o ex-síndico da massa falida a ocupar o cargo, mesmo após ser acusado de ter dado um desfalque milionária na gestão das falências de três empresas (Braspérola, HSU Comercial [Eletrônicas Yung] e da Adec Administradora de Consórcios).



As primeiras denúncias contra o advogado Paulo França vieram à tona em setembro de 2011, mais de seis meses antes de sua eleição ao cargo na direção da CDC – então presidido pelo ex-presidente do órgão e atual diretor-presidente da Agência de Desenvolvimento das Micro e Pequenas Empresas do Estado (Aderes).



Apesar de figurar como réu em uma ação penal sobre as supostas irregularidades, o advogado é responsável pela gestão de finanças da companhia responsável pelo fomento das atividades industriais em Cariacica – atividades semelhantes as quais desempenhava na gestão de massas falidas. 



Suspeição



O leilão da área foi acabou sendo anulado pela Justiça pouco mais de um mês após a abertura dos envelopes no dia 2 de fevereiro de 2011. Na ocasião, o então juiz da Vara de Recuperação Judicial e Falência de Vitória, Ademar João Bermond, apontou irregularidades no lance (único) que arrematou a área pelo preço mínimo – baseado em uma avaliação bem abaixo do preço de mercado.



A proposta vencedora foi de R$ 12,25 milhões – valor mínimo estabelecido à época –, enquanto uma avaliação recente da área avalia que o terreno e benfeitorias estão avaliados em torno de R$ 71 milhões. Chamava atenção, naquele momento, que o edital da licitação elaborado por Paulo França dava ao ex-síndico da massa falida ampla liberdade para decidir sobre a melhor proposta – até mesmo por valores menores. O texto também dava amplos poderes para o advogado eleger os seus critérios, inclusive “de ordem pessoal e subjetiva”.

Veja mais notícias sobre Justiça.

Veja também:

 

Comentários:

Nenhum comentário feito ainda. Seja o primeiro a enviar um comentário
Visitante
Sexta, 03 Mai 2024

Ao aceitar, você acessará um serviço fornecido por terceiros externos a https://www.seculodiario.com.br/