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Deputados apuram denúncia de fornecimento de água contaminada pela Cesan

Amostras teriam apontado, na Serra, a presença de dois compostos em índices acima do limite legal 

A Comissão de Saúde e Saneamento da Assembleia Legislativa iniciará, na próxima terça-feira (6), às 11 horas, a apuração de denúncias sobre o fornecimento de água contaminada por parte da Companhia Espírito-Santense de Saneamento (Cesan) para municípios da Grande Vitória.

A medida atende à solicitação do presidente da ONG Juntos SOS ES Ambiental, Eraylton Moreschi, após análises periódicas feitas pela própria Cesan e enviadas ao Programa Vigiágua, da Secretaria Municipal de Saúde da Serra, apontarem a presença de dois compostos em índices acima do limite legal.

As amostras, coletadas entre 2016 e 2020, indicaram a presença de trihalometanos e ácidos haloacéticos, componentes resultantes da adição de cloro na água, acima do limite aceitável. A possível contaminação da água, como alerta a denúncia, poderia causar câncer aos consumidores.

Em 2020, segundo a Assembleia, a Prefeitura da Serra encaminhou ofício à Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), fazendo referência ao suposto problema de segurança química da água potável fornecida pela Cesan ao município. O colegiado irá apurar também denúncias sobre a qualidade da água nos municípios de Vitória e Vila Velha.


O biólogo e integrante da Comissão de Meio Ambiente da Associação de Moradores de Manguinhos, David Silveira, relata a presença de uma coloração “mate fraca” na água. Apesar de não necessariamente indicar contaminação, a situação, afirma, gera apreensão. “Existem substâncias que colorem a água e são nocivas, que a tornam imprópria para consumo, mas também pode ser algum produto que não cause dano algum”, pontua.

Outro problema corriqueiro na região, como ele relata, é a poluição dos córregos que desaguam na praia de Manguinhos. “O esgoto doméstico está sendo jogado diretamente nos córregos Laripe, Maringá e Guaxindiba, este último divide Manguinhos e Bicanga. Causa poluição na praia, é um esgoto que a Cesan deveria coletar e tratar. Se em Manguinhos está assim, imagine nos pontos mais distantes da estação de tratamento, que fica em Carapina?”, questiona o biólogo.

A reunião da Comissão, que será de forma virtual em decorrência da pandemia do coronavírus, reunirá representantes da Cesan, da Sesa, da Juntos SOS ES Ambiental, da Agência Estadual de Recursos Hídricos (Agerh) e da Agência de Regulação de Serviços Públicos (Arsp).

O presidente do colegiado é o deputado Doutor Hércules (MDB) e também já confirmaram presença o presidente da Comissão de Meio Ambiente, Rafael Favatto (Patri), e a diretora de Saneamento Básico e Infraestrutura Viária da Arsp, Kátia Côco.

Agerh
Em nota técnica emitida em 11 de fevereiro, a Agerh informou à Assembleia que não foram apresentados os laudos analíticos nos quais os supostos valores foram constatados, bem como não foi possível correlacionar os dados de qualidade dos pontos de monitoramento do Programa de Monitoramento das Águas Interiores do Espírito Santo com os resultados encontrados nas análises dos pontos de captação da Cesan.

A nota recomenda que “A Cesan execute os procedimentos de controle e vigilância da qualidade da água para consumo humano e seu padrão de potabilidade, conforme estabelecido no Anexo XX da Portaria de Consolidação nº 5/2017 do Ministério da Saúde”.

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