Sexta, 19 Abril 2024

Comunidades tradicionais lançam declaração histórica em Brasília

O fim do Encontro Nacional Unitário dos Trabalhadores e Povos do Campo, das Águas e das Florestas, em Brasília, foi marcado pela divulgação da declaração “Por Terra, Território e Dignidade”, elaborada a partir da união de agricultores familiares, índios, quilombolas, pescadores e demais representantes das comunidades tradicionais brasileiras. Segundo o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra no Estado (MST-ES), trata-se de um documento histórico, em busca de unidade política em resposta aos desafios da desigualdade na distribuição da terra.



Na declaração,
 as comunidades denunciam a exploração ultra-predatória da natureza em prol da comercialização de commodities de escala mundial, inclusive com apoio financeiro do governo federal, a quem os movimentos entregaram dez afirmações e cobranças - entre elas, a reforma agrária como uma política essencial de desenvolvimento justo, popular, solidário e sustentável, pressupondo mudança na estrutura fundiária, democratização do acesso à terra, respeito aos territórios e garantia da reprodução social dos povos do campo, das águas e das florestas.



A necessidade de democratização dos meios de comunicação, hoje concentrados em poucas famílias e a serviço do projeto capitalista concentrador,  que criminalizam os movimentos e organizações sociais também é reivindicação das comunidades tradicionais.
 
Em troca, os movimentos se comprometeram a fortalecer as organizações sociais e  a intensificar o processo de unidade entre os trabalhadores, além de construir pautas comuns e processos unitários de luta pela realização da reforma agrária, e fortalecer alianças entre sujeitos do campo e da cidade, em nível nacional e internacional, em estratégias de classe contra o capital e em defesa de uma sociedade justa, igualitária, solidária e sustentável.
 
O documento foi assinado por 36 movimentos representantes dos povos tradicionais, como a Coordenação Nacional dos Quilombolas (Conaq), Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB) e Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB).
 
O Encontro Nacional foi realizado entre essa segunda e quarta-feira (20 e 22), em Brasília, onde foram realizados protestos em frente ao Congresso Nacional e na Praça dos Três Poderes.

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