O fim do Encontro Nacional Unitário dos Trabalhadores e Povos do Campo, das Águas e das Florestas, em Brasília, foi marcado pela divulgação da declaração “Por Terra, Território e Dignidade”, elaborada a partir da união de agricultores familiares, índios, quilombolas, pescadores e demais representantes das comunidades tradicionais brasileiras. Segundo o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra no Estado (MST-ES), trata-se de um documento histórico, em busca de unidade política em resposta aos desafios da desigualdade na distribuição da terra.
Na declaração, as comunidades denunciam a exploração ultra-predatória da natureza em prol da comercialização de commodities de escala mundial, inclusive com apoio financeiro do governo federal, a quem os movimentos entregaram dez afirmações e cobranças – entre elas, a reforma agrária como uma política essencial de desenvolvimento justo, popular, solidário e sustentável, pressupondo mudança na estrutura fundiária, democratização do acesso à terra, respeito aos territórios e garantia da reprodução social dos povos do campo, das águas e das florestas.
A necessidade de democratização dos meios de comunicação, hoje concentrados em poucas famílias e a serviço do projeto capitalista concentrador, que criminalizam os movimentos e organizações sociais também é reivindicação das comunidades tradicionais.